O governo venezuelano anunciou que vai iniciar uma investigação de integrantes de equipes locais de automobilismo por conta de suspeitas de fraude fiscal. Promotores acreditam que os esportistas estão se valendo de benefícios na solicitação de dólares para venderem largas quantias da moeda no mercado paralelo. Atualmente, a moeda norte-americana pode ser vendida por seis vezes mais de seu valor oficial de 6,30 bolívares.
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A circulação ilegal de dólares é um dos principais motivos da desvalorização da moeda nacional, prejudicando, em grande medida, a situação econômica venezuelana. Por esta razão, o combate da venda se tornou uma das prioridades do governo do presidente Nicolás Maduro.
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Segundo a procuradoria-geral da Venezuela, membros das equipes nacionais de automobilismo compraram dólares no mercado oficial do país e depoisos revendeu nos circuitos ilegais. Enquanto cidadãos comuns tem o direito de trocar até três mil dólares por ano para viajar para o exterior, integrantes de seleções esportivas que representem o país fora podem solicitar quantias mais elevadas.
Existem indícios, no entanto, de que os esportistas falsificaram a assinatura da ministra dos Esportes, Alejandra Benítez, para formalizar suas solicitações aos bancos nacionais. “Houve um só piloto que, em um ano e meio, teve aprovados 66 milhões de dólares”, disse Benítez em entrevista ao jornal Ultima Instancia nesta quinta-feira (17/10). “Apenas dois desses pilotos estavam solicitando em um ano o que nos custa para levar uma equipe completa com mais de 600 atletas (a uma competição).”
Segundo ela, quase todas as fraudes envolvem o automobilismo, e elas passaram despercebidas inicialmente por causa dos custos elevados desse esporte.
Na semana passada, autoridades venezuelanas inspecionaram o Aeroporto Simón Bolívar, em Caracas, para averiguar suspeitas de que passageiros tentavam burlar as regras de câmbio de diferentes maneiras. Segundo a procuradora-geral Luísa Ortega Diaz, muitas pessoas compraram bilhetes aéreos, recolhiam dólares e depois não viajavam.
Além disso, as autoridades identificaram “que muitas pessoas levavam cartões de crédito que não lhes pertencia e que também os dados dos bilhetes que tinham em mãos eram distintos dos da declaração que formularam oficialmente”, por exemplo, que iriam viajar para Espanha quando viajaram para a Colômbia.