O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que a “situação da Venezuela é alarmante” e que o governo tem a obrigação de “respeitar os direitos universais”. Além disso, perguntando pelo diário chileno El Mercúrio sobre a possibilidade de uma “intervenção de Washington” em território venezuelano, Biden a rechaçou. Após acusar os EUA de estarem envolvidos nos recentes episódios de violência, Maduro nomeou um embaixador para Washington e instou ao diálogo, porém, não houve receptividade do lado norte-americano.
Efe (03/03/2014)
Biden: “A situação na Venezuela me lembra o passado, quando homens fortes governavam usando a violência e a opressão”
“Enfrentar manifestantes pacíficos com a força e em alguns casos com milícias armadas, limitando a liberdade de imprensa e de assembleia (…) não está à altura dos sólidos padrões de democracia que temos na maior parte de nosso hemisfério”, disse em entrevista publicada neste domingo (09/03). Biden chega hoje ao Chile, em sua sétima visita à região, para assistir na terça-feira à posse da presidente eleita, a socialista Michelle Bachelet, onde também estará o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
“A situação na Venezuela me lembra o passado, quando homens fortes governavam usando a violência e a opressão; e os direitos humanos, a hiperinflação, a escassez e a extrema pobreza causavam estragos nos povos do hemisfério”, afirmou. Ironicamente, a declaração, além de ter sido feita antes da visita ao Chile — onde um golpe de Estado foi patrocinado pelo governo dos EUA, assim como em outros países da América Latina –, foi dada a um jornal que colaborou com a derrubada de Salvador Allende.
NULL
NULL
Biden não poupou críticas a Maduro, dizendo que “até agora tentou distrair seu povo dos temas mais importantes que estão em jogo na Venezuela ao inventar conspirações totalmente falsas e extravagantes sobre os EUA”. Em vez disso, “ele deveria escutar o povo venezuelano, e olhar o exemplo desses líderes que resistiram à opressão nas Américas, ou se arriscar a repetir as injustiças contra as que eles brigaram com tanta coragem”, acrescentou.
No entanto, descartou qualquer ação que envolva uma intervenção.”O presidente (Barack) Obama deixou claro que não estamos interessados em voltar às batalhas ideológicas do passado nesse hemisfério e trabalhou por um futuro de maior integração e respeito pelos direitos universais”, afirmou. “Reconhecemos que há ranços da Guerra Fria, e as suspeitas fazem parte da situação. Mas a maioria das pessoas nas Américas está cansada de brigar velhas batalhas ideológicas que não ajudam em nada suas vidas cotidianas”, opinou.
Após os atos oficiais da mudança de comando presidencial no Chile, os chanceleres dos países-membros da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) se reunirão em Santiago em 12 de março para tratar a situação da Venezuela. No encontro, o governo do país apresentará sua análise sobre a crise desencadeada em meados de fevereiro, quando os atos de violência.