A Coreia do Norte realiza neste domingo (09/03) as eleições que irão escolher os novos membros do parlamento que forma a Assembleia Popular Suprema, principal orgão do governo local. O resultado esperado é que os cargos sejam completados pelos políticos mais ligados ao governo de Kim Jong-un.
Cada um dos 687 distritos tem apenas um candidato:, o voto é para a escolha entre “Sim” ou “Não”, e em toda capital, Pyongyang, há cartazes apoiando o “Sim”. Na última eleição, em 2009, a participação foi de 99%, com 100% de votos a favor dos candidatos apresentados.
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Cartaz com uma propaganda de apoio ao exército norte-coreano na capital Pyongyang
O Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte, do qual Kim Jon-un faz parte, é atualmente o de maior representatividade no parlamento, com 601 deputados. Outros partidos menores completam a Assembleia. Kim é o candidato do distrito eleitoral 110, na região do monte Paektu, próxima à fronteira da China, lugar onde seu pai, o ex-líder norte coreano falecido em 2010, Kim Jong-il, nasceu.
Jornais do Estado salientaram neste domingo que era o dever de “todas as pessoas” votarem. Segundo um dos principais jornais do país, o Rodong Sinmun, a eleição irá promover a Correia do Norte para uma “digna potencia socialista próspera e forte”.
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Em entrevista concedida à agência de notícias Associated Press, o presidente do comitê preparatório de um dos subdistritos, Hyon Byong-chol, afirmou que “com esta eleição nós iremos mostrar todo o poder de uma unidade sincera entre nosso exército e as pessoas”. Eventos foram organizados na rua da capital para entreter as massas, proporcionando um clima de férias durante a votação.
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A mídia estatal promoveu, nas últimas semanas, uma intensa promoção das eleições, como uma série de poemas traduzidos para celebrar a votação em títulos como “As ondas de emoção e felicidade” e “Nós iremos para a votação das assembleias”. De acordo com o professor da Universidade da Coreia do Norte, Yang Moo-Jim, em uma entrevista concedida à rede Al Jazeera, “É uma oportunidade para ver quem pode ser marcado por papéis fundamentais no governo de Kim Jong-un”.
As eleições ocorrem três meses após a repentina e violenta execução do tio de Kim, Chang Song-thaek, considerado por muito tempo como o segundo nome do governo norte-coreano. No dia 13 de dezembro do último ano, o país anunciou que havia executado Chang após condená-lo por “atos de traição” ao governo.