O vice-presidente da Síria, Faruq al Shaara, admitiu pela primeira vez desde o início do conflito armado no país árabe que o governo, comandado pelo presidente Bashar al Assad, pode não vencer o combate contra a oposição. A solução, em sua opinião, deve ocorrer através de um acordo histórico entre as duas partes, envolvendo a formação de um governo de união nacional.
As declarações de Shaara foram divulgadas nesta segunda-feira (17/12) em uma entrevista ao jornal libanês Al Akhbar. Segundo ele, nenhum dos dois lados tem condições de vencer a guerra, que já dura 21 meses, enquanto o país caminha “de mal a pior”.
Agência Efe (14/12/12)
Rebeldes comemoram a tomada da escola militar síria de Al Moshtat, na cidade de Taal Sheen, próxima a Aleppo, maior cidade do país
Shaara é muçulmano sunita, uma corrente minoritária no regime controlado por alauítas – o contrário ocorre na população, composta por 74% de sunitas e 10% de alauítas –, e atua em altos postos do governo há mais de 30 anos.
A declaração chega ao mesmo tempo em que o Irã, principal aliado político do governo ao lado da Rússia, apresentau um plano de seis passos para colocar fim à violência no país, com a realização de uma nova eleição presidencial. O projeto também pontua esforços para deter o fluxo de armas para a Síria e manter negociações com a participação do governo de Bashar al Assad.
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A proposta foi oferecida durante a abertura de uma conferência de dois dias que incluiu cerca de 200 figuras políticas e religiosas da Síria e os enviados de países vizinhos, como Turquia, Iraque e Líbano, segundo anunciou a agência de notícias semi-oficial iraniana Fars.
Outros pontos incluem a criação de um governo transitório para conduzir o país até as eleições parlamentares e presidenciais, mas não especifica se Assad e os principais integrantes do regime estariam ou não incluídos nesse processo.
No entanto, os principais integrantes da oposição rebelde síria não participaram do encontro. Eles são apoiados pela Turquia e outros países do Oriente Médio como Qatar e Arábia Saudita.