Os distúrbios que explodiram no norte da Nigéria em protesto aos resultados das eleições presidenciais de sábado (16/04) mataram 121 pessoas, deixaram centenas de pessoas feridas e 15 mil tiveram de abandonar suas casas, informou nesta quarta-feira (20/04) um jornal local.
O candidato cuja derrota gerou a violência, o general do Exército aposentado Muhammadu Buhari, condenou a violência na noite de ontem.
“Tenho de dizer que são fatos ruins que não foram iniciados por nossos seguidores e, portanto, não podem ser apoiados por nosso partido”, rezou um comunicado divulgado pelo porta-voz de Buhari, Yinka Odumakin.
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“Trata-se de uma questão nitidamente política que não se deve transformar, de nenhuma maneira, em assunto étnico, confessional ou regional”, disse.
Buhari, que é um nortista muçulmano cujo partido, o Congresso pela Mudança Progressista (CPC), tem amplo apoio no norte da Nigéria, perdeu o pleito para o atual presidente, Goodluck Jonathan, um sulista da minoria cristã, ao receber 12 milhões de votos frente aos 22,4 milhões de votos para Jonathan.
O CPC rejeitou os resultados, alegando que houve manipulação nas regiões eleitorais do Sul-Sul e do Sul-Leste, que são bastiões de Jonathan.
Os distúrbios contra os resultados começaram no domingo nos estados de Bauchi e Gombe, e se estenderam rapidamente para outros estados no norte, como Kaduna, Kano, Sokoto, Katsina, Adamwa e Nasarawa, onde duraram três dias.
A Direção Nacional de Gestão de Emergências, a Polícia e outros órgãos do estado não divulgaram o número de mortos ou mutilados nos distúrbios no norte, já que temem represálias no sul.
No entanto, o jornal nortista Leadership informou hoje que os mortos na violência somam 121 e os feridos somam as centenas.
Leadership, que cita “fontes fidedignas”, acrescentou que 15 mil pessoas fugiram de suas casas e muitas buscaram refúgio em delegacias da Polícia e quartéis das forças armadas.
O maior número de vítimas ocorreu no estado de Kaduna, ao menos 50 pessoas, e no estado de Kano, mais 30, seguido por Gombe, com 17 mortos, Bauchi, com 16 e Katsina, com oito mortos.
Os manifestantes, principalmente jovens que carregavam paus, atacaram as pessoas que eles suspeitavam serem simpatizantes do governante Partido Democrático Popular.
Em Kaduna, o hospital Saint Gerald's informou a chegada de 20 corpos, enquanto 400 pacientes foram atendidos com ferimentos.
Muitos prédios foram incendiados durante os confrontos no estado de Kaduna, entre eles a residência particular do vice-presidente, Namadi Sambo.
Em Bauchi, o Comissário da Polícia, John Abakasanga, informou que foi incendiada a sede do Departamento Eleitoral Nacional Independente. A maior parte dos estados da Nigéria segue em toque de recolher.
O presidente Jonathan expressou seu “grande pesar” diante da violência e apelou aos envolvidos colocarem fim a “este comportamento desnecessário e evitável”.
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