O governo da Espanha declarou nesta quinta-feira (08/11) que não permitirá o sepultamento dos restos mortais do ex-ditador Francisco Franco na catedral da Almudena de Madri, como era pretendido pela família do ex-militar. Os restos de Franco estão em um mausoléu no Vale dos Caídos, a 50 quilômetros da capital.
Segundo a ministra porta-voz Isabel Celaá, a proibição impede que um “espaço público que se preste ao enaltecimento” seja ocupado pelos restos do ditador, como é o caso da catedral escolhida pela família de Franco.
O veto ocorreu quase dois meses após o Parlamento espanhol aprovar um decreto-lei que permite a exumação dos restos mortais que estão no monumento do Vale dos Caídos, construção feita a pedido do ex-militar e onde foram enterrados outros combatentes da Guerra Civil espanhola (1936-1939).
Mesmo proibindo que a catedral madrilenha receba os restos mortais, o governo mantém o processo de exumação e prepara os relatórios, etapa que deverá ser finalizada “em um mês” e de forma segura, de acordo com Celaá.
A ministra porta-voz disse ainda que o país não entrará em 2019 “com um ditador que possa ser enaltecido em local público”. Segundo ela, o ano “começará sem a Espanha contar com um ditador que possa ser enaltecido em um local público”.
A fim de reforçar o pedido, o Partido Socialista (PSOE) fará emendas à Lei de Memória História, especificando que os restos do ditador não poderão ser depositados em Almudena. A família de Franco chamou a decisão do governo de “imposição”.
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