O alemão Max Karl Ernst Ludwig Planck é considerado o pai da física quântica e um dos físicos mais importantes do século 20. Planck foi laureado com o Prêmio Nobel de Física em 1918 por suas contribuições na área da física quântica.
Avesso aos ideais nazistas, Planck tentou convencer Hitler a dar liberdade aos cientistas judeus. Planck argumentou que haveriam diversos tipos de judeus, alguns valiosos e outros inúteis para a Alemanha. O führer então lhe respondeu: “Se a ciência não pode passar sem judeus, teremos de nos haver sem a ciência!”
A entrevista desagradou a Hitler, que se valeu do atentado para matá-lo a fim de acusar Erwin, filho de Plank, de estar nele envolvido. Erwin foi executado em 20 de julho de 1944, acusado de traição.
Wikicommons
A morte trágica do filho o abalou psicologicamente, levando Plank a perder a vontade de viver. Após o término da Segunda Guerra Mundial, ele e sua segunda esposa se mudaram para Göttingen, onde, em 4 de outubro de 1947, aos 89 anos, morreria em conseqüência de uma queda e de diversos derrames. Seu corpo encontra-se sepultado no Stadtfriedhof de Göttingen, Alemanha.
[Foto oficial do físico ao ganhar o Prêmio Nobel]
Dotado de uma extraordinária capacidade para disciplinas tão díspares como artes, ciências e letras, inclinou-se finalmente para as ciências puras. Seguiu estudos de física nas universidades de Munique e Berlim. Nesta, teve como professores Hermann Von Helmholtz e Gustav Kirchhoff.
Depois de doutorar-se pela Universidade de Munique com uma tese acerca do segundo princípio da termodinâmica, em 1879, passou a lecionar sucessivamente nas universidades de Munique, Kiel (1885) e Berlim (1889), sucedendo nesta a seu antigo professor, Kirchhoff. Enunciou a Lei de Wilhelm Wien (1896) e aplicou o segundo princípio da termodinâmica, formulando por sua vez a Lei da Radiação que leva seu nome – Lei de Plank (1900).
Ao longo do ano 1900, conseguiu deduzir a lei dos princípios fundamentais da termodinâmica, partindo de duas suposições: por um lado a teoria de Ludvig Boltzmann, de acordo com a qual o segundo princípio da termodinâmica tem caráter estatístico, e, por outro, que o corpo negro absorve a energia eletromagnética em quantidades indivisíveis elementares, às que deu o nome de quanta.
O valor das ditas quanta devia ser igual à freqüência das ondas multiplicada por uma constante universal, a chamada constante de Planck. Esta descoberta lhe permitiu, ademais, deduzir os valores de constantes com a de Boltzmann e o número de Lorenzo Avogadro.
NULL
NULL
Ocupando-se com o estudo da radiação do corpo negro, tratou de descrever todas as suas características termodinâmicas, fazendo intervir além da energia a entropia. Boltzmann era da opinião de que não conseguiria obter uma solução satisfatória para o equilíbrio entre a matéria e a radiação se não supusesse uma descontinuidade nos processos de absorção e emissão. No entanto, Planck logrou propor uma fórmula – a “Fórmula de Planck” – que representa com exatidão a distribuição espectral da energia para a radiação do chamado corpo negro.
Para chegar a esse resultado teve de admitir que os elétrons não podiam descrever movimentos arbitrários, e sim tão somente determinados movimentos privilegiados e, em conseqüência, que suas energias radiantes se emitiam e se absorviam em quantidades finitas iguais, ou seja, estavam quantificadas.
A hipótese quântica de Planck supôs uma revolução na física do século 20 e influiu tanto em Albert Einstein (efeito fotoelétrico) como em Niels Bohr (modelo de átomo de Bohr). O primeiro concluiu, em 1905, que a única explicação válida para o chamado efeito fotoelétrico consiste em supor que numa radiação de freqüência determinada, a energia se concentra em corpúsculos, quanta de luz, conhecidos na atualidade como fótons, cujo valor é igual ao produto da constante de Planck por dita freqüência.
Não obstante, tanto Planck quanto o próprio Einstein foram renitentes em aceitar a interpretação probabilística da mecânica quântica (Escola de Copenhague). Seus trabalhos foram reconhecidos em 1918 com a concessão do Nobel de Física pela formulação da hipótese das quanta e da lei da radiação.
Foi secretário da Academia Prussiana de Ciências (1912-1938) e presidente da Kaiser Wilhelm Gesellschjaft de Ciências de Berlim (1930-1937) que, terminada a guerra, adotou o nome de Sociedade Max Planck.
Sua vida privada esteve envolta em desgraças: contraiu núpcias duas vezes, teve quatro filhos que morreram em circunstâncias trágicas e sua casa foi arrasada em 1944 durante um bombardeio. Recolhido pelas tropas norte-americanas, foi levado para Göttingen, onde residiu até a morte.
Também nesta data:
1910 – Iniciada revolução que pôs fim à monarquia em Portugal
1945 – Chefe do governo colaboracionista de Vichy é julgado na França
1957 – Satélite Sputnik inaugura Era Espacial
1970 – Morre Janis Joplin, uma das vozes mais marcantes do blues