Em 20 de abril de 1980, o governo de Cuba anuncia que todos os cubanos que desejarem emigrar para os Estados Unidos estão livres para fazê-lo, embarcando em botes no porto de Mariel, na província de La Habana, a oeste da capital. O episódio ficou conhecido como o Êxodo de Mariel. Os primeiros 125 mil refugiados cubanos alcançaram a Flórida no dia seguinte.
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Cubanos deixando a ilha por Mariel
O êxodo foi precipitado principalmente pela carência de habitações causada pelas debilidades da economia cubana, que gerou tensões internas. Um fato, de 1º de abril de 1980, ilustra o descontentamento de alguns setores da população. Hector Sanyustiz e outras quatro pessoas derrubaram a grade e invadiram com um ônibus a embaixada do Peru em Havana. Guardas cubanos das ruas abriram fogo; um deles foi morto na troca de tiros. O grupo conseguiu asilo político na representação diplomática.
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O governo cubano exigiu que os cinco prestassem contas à justiça pela morte do guarda. Como o governo peruano recusou a exigência, Fidel Castro ordenou a retirada de seus policiais da frente da embaixada na Sexta-Feira Santa, 4 de abril.
No domingo de Páscoa, 6 de abril, cerca de dez mil cubanos lotaram a exuberante paisagem dos jardins da embaixada, exigindo, eles também, asilo. Outras embaixadas, como as da Espanha e Costa Rica, concordaram em receber um pequeno número de pessoas.
Porém repentinamente, Fidel proclamou, duas semanas mais tarde, que o porto de Mariel seria aberto para todos aqueles que desejassem abandonar o país, enquanto tivessem alguém que pudesse levá-los de lá. As organizações cubano-americanas instaladas na Flórida apressaram-se para providenciar embarcações em Miami e Key West a fim de buscar seus parentes.
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Ao todo, cerca de 125 mil cubanos se dirigiram às praias dos Estados Unidos em cerca de 1.700 barcos de todo o tipo, criando uma grande onda migratória que superlotou os serviços da guarda costeira norte-americana. A guarda costeira cubana preenchia embarcações umas após as outras que vinham do vizinho país do norte buscá-los, sem que fosse ouvida em seus alertas quanto à segurança, mas ao mesmo tempo sem deter-se em seus trabalhos. Vinte e sete migrantes morreram na travessia, inclusive 14 num bote superlotado que soçobrou em 17 de maio.
O êxodo dos balseros – aqueles que deixavam Cuba por meio de embarcações – passou a ter implicações políticas negativas para o presidente Jimmy Carter (1977-1981). Quando se descobriu que um certo número de exilados foi libertado das cadeias cubanas e de asilos de doentes mentais, muitos deles foram colocados em campos de refugiados. Outros foram mantidos em prisões federais para serem ouvidos em audiências de deportação. Dos 125 mil marielitos como ficaram conhecidos, mais de 100 foram presos e outros 587 foram detidos até que seus responsáveis fossem encontrados.
O êxodo finalmente teve fim com um acordo mútuo entre o governo de Cuba e dos Estados Unidos em outubro de 1980.
Cuba conta hoje com 11,3 milhões de habitantes e são cerca de 1,8 milhão de nascidos em Cuba que vivem no exterior, principalmente na Flórida.
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