Em 21 de outubro de 1883, Peru e Chile assinaram o Tratado de Ancón, em que a província de Tarapacá foi cedida ao Chile nos quadros do que se conheceu como a Guerra do Pacífico.
A Guerra do Pacífico foi um conflito ocorrido entre 1879 e 1883, confrontando o Chile às forças conjuntas da Bolívia e do Peru. Ao final da guerra o Chile anexou ricas áreas em recursos naturais de ambos os países derrotados. O Peru perdeu a província de Tarapacá e a Bolívia teve de ceder a província de Antofagasta, ficando sem saída soberana para o mar, o que se tornou uma área de fricção na América do Sul, chegando até os dias atuais, e que é para a Bolívia uma questão nacional.
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Batalha de Arica: após a assinatura do tratado, a região ficou sob poder do Chile por 10 anos
Depois de Lima, as forças chilenas continuaram avançando rumo ao norte do Peru, mas não conseguiram subjugar por completo o combalido país. Como espólio de guerra, o Chile confiscou bens da Biblioteca Nacional Peruana, levando-os para Santiago, capital do Chile.
A resistência peruana continuou por mais três anos, com aparente encorajamento estadunidense. O líder da resistência era o general Andrés Cáceres, apelidado de Mago dos Andes, que seria mais tarde eleito presidente do Peru. Os soldados remanescentes do exército peruano derrotaram o exército chileno em diversas ocasiões, mas após a derrota na Batalha de Huamachuco, não houve mais resistência. Sob os termos do Tratado de Ancón, o Chile ocupou as províncias de Tacna e Arica por 10 anos, onde depois do tempo estipulado seria realizado um plebiscito que decidiria a nacionalidade da região. Os dois países nunca concordaram com os termos do plebiscito. Finalmente, em 1929, sob o intermédio do presidente estadunidense Herbert Hoover, um acordo foi feito no qual o Chile ficou com Arica; O Peru readquiriu Tacna e recebeu US$6 milhões em indenizações.
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Em 1884, a Bolívia assinou uma trégua que deu total controle da costa pacífica ao Chile, com suas valiosas reservas de cobre e nitratos. Um tratado de 1904 tornou este arranjo permanente. Em contrapartida, o Chile concordou em construir uma ferrovia ligando La Paz, capital boliviana, ao porto de Arica, garantindo liberdade de trânsito ao comércio boliviano pelos portos chilenos.
A Guerra do Pacífico deixou cicatrizes traumáticas nas sociedades boliviana e peruana. Para os bolivianos, a perda de um acesso soberano ao Oceano Pacífico ainda é um assunto delicado. Muitos dos problemas do país ainda são atribuídos à falta de um acesso ao mar.
Em 1932, este foi um fator determinante para a Guerra do Chaco, contra o Paraguai, sobre territórios que davam acesso ao Rio Paraguai e ao Oceano Atlântico. Em 1976, o Chile fez uma proposta para a Bolivia cedendo-lhe um acesso ao oceano Pacífico em troca de uma área boliviana de 5.000 km² próximo à Lagoa Colorada que forneceria água em abundãncia para a indústrias de cobre chilena. O Peru interveio nas negociações e o acordo não deu certo.
Os peruanos desenvolveram um culto aos heróicos defensores da pátria, como o almirante Miguel Grau, o coronel Francisco Bolognesi, ambos mortos em batalha, e o general Andrés Cáceres, que se tornou um figura política de destaque, depois de encerrado o conflito. A derrota engendrou uma forte vontade de vingança entre as classes dominantes, levando ao fortalecimento das forças armadas durante todo o século XX.
O Chile se deu melhor, anexando um lucrativo território com imensas reservas de cobre e nitratos. Os lucros dos nitratos duraram apenas algumas décadas e caíram signifitivamente depois da Primeira Guerra Mundial. Atualmente, a região ainda é rica em cobre e seus portos movimentam cargas de vários países da região.
A vitória também deixou um gosto amargo. Durante a guerra, o Chile desistiu de suas reivindicações sobre a Patagônia para assegurar a neutralidade da Argentina.
*Com informações da Wikipedia
Outros fatos marcantes da data:
21/10/1879 – Thomas Edison inventa a lâmpada elétrica
21/10/1805 – França e Espanha se unem contra Inglaterra na Batalha de Trafalgar
21/10/1967 – Cerca de 100 mil pessoas marcham em Washington contra a guerra do Vietnã
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