O líder conservador espanhol Mariano Rajoy manifestou nesta terça-feira (20/12) sua intenção de tornar definitivo o fim do grupo terrorista ETA. Em outubro, os separatistas anunciaram a suspensão de suas ações armadas, garantindo que sempre estariam “do lado do Estado de Direito e da lei”. Esta é a primeira vez que o próximo primeiro-ministro espanhol falou do fim da violência do ETA.
O anúncio da organização terrorista aconteceu em 20 de outubro, um mês antes das eleições gerais que deram a vitória ao Partido Popular. Após 15 anos de ausência a esquerda independentista basca poderá retornar com força ao Congresso dos Deputados da Espanha, aonde deterá sete cadeiras.
O líder conservador considerou o comunicado do grupo como uma “boa notícia”, embora, “em sua memória, ainda estejam as vítimas do ETA”. Ele ressaltou, contudo, “a tranquilidade total” dos espanhóis só ocorrerá quando “o grupo terrorista deixar de existir”.
Efe
“Espero que possamos regularizar definitivamente esse assunto, contarei com vocês para concretizar essas ideias lógicas, sensatas e morais”, concluiu, em resposta aos nacionalistas bascos do PNV, que pediram a Rajoy que “aproveite essa oportunidade única” para consolidar a paz.
Amaiur
Os independentistas bascos voltaram a Câmara após suas sucessivas campanhas eleitorais serem consideradas ilegais por sua ligação com o ETA. Iñaki Antigüedad, porta-voz da coalizão Amaiur, disse a Rajoy que estão “condenados” a se entenderem.
Antigüedad pediu a Rajoy que reconheça a “mudança de ciclo” que ocorreu no País Basco e insistiu que o apoio majoritário que seu partido conseguiu nessa comunidade indica que “a grande maioria” do povo basco acredita que “o conflito tem um caráter político”.
O porta-voz afirmou também que os bascos não reivindicarão “a independência” na Câmara, mas deixou claro que seu partido é a favor “de um Estado basco e um âmbito basco de decisão”.
Em sua réplica, Rajoy recebeu aplausos do PP ao afirmar ao representante da esquerda independentista basca que não lhe devia “absolutamente nada” – “Nem eu, nem a sociedade espanhola. Nós somos os credores”.
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