A subsecretária geral da ONU para Assuntos Humanitários, Valerie Amos, informou nesta quarta-feira (29/02) que a Síria rejeitou seu pedido de visitar o país para avaliar a complicada situação local e ajudar os mais necessitados.
“Estou profundamente decepcionada por não poder visitar a Síria, apesar de meus reiterados pedidos às autoridades do país para analisar a situação humanitária local e ajudar os mais afetados pela violência”, afirmou Valerie por meio de um comunicado.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu na última semana que a funcionária, responsável pelo OCHA (Escritório para Coordenação de Assuntos Humanitários) do organismo, visitasse a Síria.
“Diante da rápida deterioração da situação humanitária no país, do aumento das necessidades de assistência médica, de alimentos e produtos básicos, é uma prioridade conseguir acesso urgente aos mais necessitados”, afirmou a funcionária.
Segundo a ONU, desde o início da revolta no país, em março do ano passado, mais de 7.500 pessoas já morreram, embora as organizações humanitárias sírias digam que esse número é ainda maior.
Valerie afirmou que apoia o pedido do COCV (Comitê Internacional da Cruz Vermelha) para que todos os dias existam algumas horas de cessar-fogo para que as organizações humanitárias retirem os feridos e entreguem alimentos e remédios.
“A cada dia que não se pode chegar até essas pessoas, especialmente nas cidades onde há duros enfrentamentos, prolonga-se o sofrimento delas”, lamentou a responsável da OCHA, que reiterou que as Nações Unidas “estão preparadas para dar ajuda humanitária aos sírios mais necessitados”.
A ONU afirmou por diversas vezes que o regime de Bashar al Assad tem obrigação de proteger civis e permitir que as organizações humanitárias possam levar ajuda à população.
O secretário-geral da ONU e o enviado especial do organismo e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, se reunirão nesta quarta-feira na sede da organização, assim como com o Conselho de Segurança, para abordar a grave crise política e humanitária no país árabe.
A tarefa de Anna não é fácil: conseguir o fim da violência e das violações de direitos humanos no país, assim como promover uma solução pacífica à crise síria.
O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Políticos, Lynn Pascoe, denunciou no Conselho de Segurança que Assad “fracassou de forma categórica em sua responsabilidade de proteger seu povo”.
“Embora não podemos dar um número exato de vítimas, há relatórios que mostram que a quantidade de mortos excede os 100 civis por dia, entre eles muitas mulheres e crianças. O número total com certeza está muito acima dos 7.500”, garantiu.
Alguns membros do Conselho de Segurança apostam agora num novo projeto de resolução, que além de pedir o fim da violência, contemple um cessar-fogo de caráter humanitário.
“Não podemos seguir vendo como a situação humanitária e política se deteriora na Síria. O preço que paga a população é trágico”, comentou o embaixador alemão na a ONU, Peter Wittig.
Rússia e China foram por duas vezes contrárias, em outubro de 2011 e 4 de fevereiro desse ano, à condenação ao regime sírio proposta no Conselho de Segurança.
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