A comunidade internacional aumentou a pressão diplomática contra a Síria, em reação ao massacre de ao menos 108 pessoas na cidade de Houla ocorrido neste final de semana. Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), 49 crianças e 34 mulheres estão entre os mortos. Os países ocidentais e algumas nações árabes opositoras responsabilizaram o governo sírio pelas mortes, enquanto a Rússia culpou os dois lados, envolvendo também os grupos rebeldes que lutam pela deposição do presidente Bashar al Assad. O governo responsabiliza grupos terroristas e a oposição, que também culpa as autoridades sírias.
Neste domingo, o Conselho de Segurança da ONU adotou, por unanimidade em reunião emergencial no domingo (27/04), uma declaração pedindo investigações sobre esses ataques, “que violam a lei internacional”.
Desde março de 2010, o país se encontra em um conflito interno entre governo e grupos armados de oposição que já deixaram, segundo as Nações Unidas, mais de 10 mil mortos. A ONU mandou 280 observadores internacionais para verificar o cumprimento do plano de paz coordenado pelo ex-secretário-geral Kofi Annan, que inclui um cessar-fogo e um processo de transição política.
Já nesta segunda-feira (28), os ministros das Relações Exteriores do Reino Unido, William Hague, e da Rússia, Serguei Lavrov, debateram a crise síria durante uma reunião em Moscou. Depois da reunião, à imprensa, o britânico afirmou que o país árabe precisa implementar o plano de paz e que a alternativa a isso seria “o caos crescente e a aproximação da guerra civil e do colapso”.
Agência Efe
Os chanceleres da Rússia, Serguei Lavrov, e do Reino Unido, William Hague
Por sua vez, Lavrov disse que o fim da violência no país é mais importante do que determinar quem estará no poder. “Aqui nós temos uma situação na qual os dois lados claramente tiveram participação no fato de que cidadãos pacíficos foram mortos”, disse.
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A China também condenou “a matança cruel” em Houla. “(Pequim) está profundamente chocada pelo alto número de civis mortos”, disse nesta segunda-feira o porta-voz da Chancelaria chinesa, Liu Weimin, pediu investigações e também pediu o cumprimento do plano de paz. O governo do Irã foi outro país a condenar o massacre de Hula, mas considerou “suspeita” a tentativa de culpar as forças do regime sírio.
Neste domingo, o governo da Síria negou que suas tropas tenham sido responsáveis pelo ataque a uma série de vilas que provocou um massacre, com mais de 90 mortes, afirmando que a culpa pelas mortes é de “centenas de homens armados” que também atacaram soldados na área”.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Jihad Makdissi, disse à repórteres em Damasco, que a Síria está sendo sujeitada a um “tsunami de mentiras” sobre Houla. “Nós categoricamente negamos a responsabilidade de forças do governo para o massacre”, disse Makdissi.
(*) com agências de notícias internacionais