O novo presidente da Somália, Hassan Sheikh Mohamud, tomou posse neste domingo (16/09) durante uma cerimônia realizada na capital Mogadíscio, marcada por um forte esquema de segurança depois que terroristas do grupo islamita Al Shabab tentaram assassinar o novo líder do país em um atentado suicida na última semana.
Agência Efe
Durante a posse, Hassan Sheikh Mohamud prometeu combater os grupos terroristas que atuam na Somália
Apesar do clima de insegurança, a cerimônia de posse de Mohamud foi acompanhada por vários líderes, entre eles o presidente de Djibuti, Ismail Omar Gelle; o recém eleito primeiro-ministro da Etiópia, Hailemariam Desalegn, e o da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, assim como o presidente da Comissão da União Africana, Jean Ping.
“Meu governo foi atacado pela primeira vez pelo Al Shabab na última quarta com dois atentados suicidas que deixaram oito cidadãos somalis mortos. Portanto, meu primeiro objetivo é tratar de frear o que o Al Shabab está fazendo contra o povo da Somália”, disse o novo presidente durante a cerimônia de posse.
Além disso, Mohamud assinalou que seu Executivo se concentrará, além da questão da segurança, na luta contra a pirataria, na justiça, na reconciliação, na educação, na união e, por fim, no desenvolvimento da Somália.
Mohamud, um acadêmico e ativista da sociedade civil que fundou no último ano o Partido da Paz e o Desenvolvimento, foi eleito na segunda-feira passada, quando venceu o então presidente somali, Sharif Sheikh Ahmed – tido como grande favorito -, na terceira e definitiva votação no país. O opositor obteve 190 votos, quase cem a mais que Ahmed (79), que liderava o Governo Federal de Transição desde 2009.
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O presidente em fim de mandato, por sua vez, reconheceu a derrota e ofereceu seu total apoio ao novo chefe de Estado. “Liderei a Somália de 2009 até agora. Sei muito bem o que ajuda ser um líder e me agradou muito dirigir Somália, mas Mohamud ganhou as eleições e estou satisfeito. Vou apoiá-lo no que for preciso”, disse Ahmed.
Com a nomeação de Mohamud na última segunda, a Somália encerra seu governo federal de transição, iniciado em 2004 com apoio da ONU. Esta é a primeira eleição de um presidente realizada desde 1967 na Somália, país que estava sem um governo efetivo desde a queda do ditador Mohammed Siad Barre em 1991.
Na atualidade, as tropas da Missão da União Africana na Somália, em cooperação com o Exército da Somália, o da Etiópia e de milícias pró-governo, avançam em direção à cidade de Kismayo (sul), território dominado pelos radicais islâmicos do Al Shabab.
O grupo Al Shabab, que em fevereiro anunciou sua união formal com a rede terrorista Al Qaeda, combate desde 2006 o governo somali e as tropas aliadas a fim de instaurar um Estado muçulmano na região. A Somália vive um estado de guerra civil e caos desde 1991, quando o país ficou sem um governo efetivo e em mãos de milícias islamitas, senhores da guerra e grupos de delinquentes armados.
(*) com agências de notícias internacionais