Agência Efe
Silvio Berlusconi diz que volta por responsabilidade e não por esperança na política
O ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi anunciou neste sábado (08/12) sua decisão de se candidatar às próximas eleições, que serão realizadas em 2013. Aos veículos de imprensa do país, ele afirmou que sairá “para vencer”.
“Eu não concorro para ficar em uma boa posição, saio sempre para vencer”, disse Berlusconi quando entrava em Milanello, centro de treinamento de seu time, o Milan.
Embora Berlusconi houvesse reiterado várias vezes que não se apresentaria como candidato a presidente do governo, ele mudou de ideia diante da confusão nas fileiras da centro-direita para escolher um novo líder.
“Não senti saudades do governo nem por um minuto. Volto sem esperança a me interessar pela política, de novo, por responsabilidade”, disse ao explicar os motivos que o levaram a voltar a se candidatar.
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Berlusconi acrescentou que “a opinião de todos era que seria preciso um líder como o Berlusconi do 1994 [data em que fundou seu partido e entrou para a política], mas não existia. E não quer dizer que não o procuramos, porque não foi assim”, acrescentou.
Sobre o político que havia sido escolhido como seu substituto no comando do partido Povo da Liberdade (PDL), o ex-ministro de Justiça Angelino Alfano, Berlusconi explicou que “é preciso tempo para se impor como líder” e acrescentou que com ele “os resultados davam ao PDL uma margem que não era suficiente para resistir à esquerda”.
Berlusconi, de 76 anos, confirmou que seu partido colaborará para que termine a legislatura com Mario Monti e votará a favor das leis que estão pendentes de sua aprovação no Parlamento, como o Orçamento Geral.
As tensões começaram quando o PDL, que tem a maioria absoluta no Parlamento, não participou na quinta-feira passada da votação de duas questões colocadas pelo Executivo de Monti para aprovar medidas econômicas.
“Depois é justo que a Itália volte a votar e abandone essa condição germanocêntrica que Mario Monti trouxe”, acrescentou.
O PDL havia declarado na sexta-feira que dava por encerrado seu apoio ao governo de Monti, mas que aprovaria o restante das leis pendentes para permitir um final tranquilo do mandato e não levar o país “ao desastre”.
O líder político e empresário voltou a atacar as medidas de austeridade aprovadas por Monti ao comentar que o povo “tem medo”, que “consuma muito menos” e “existe uma espiral que faz com que a situação seja sempre mais negativa”.
A vitória nas primárias de centro-esquerda de Pierluigi Bersani também animaram-no a voltar a concorrer às eleições.