No mesmo dia em que a produção industrial da Zona Euro encolheu pelo 14º dia consecutivo, o BCE (Banco Central Europeu) divulgou uma redução histórica na taxa de juros da região com o objetivo de estimular a economia nos 17 países que adotam a moeda única. A eficácia da medida, no entanto, é questionada por especialistas.
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Principal autoridade monetária da Zona Euro, o BCE reuniu-se esta quinta-feira, em Bratislava (Eslováquia) e anunciou um corte para um novo mínimo histórico de 0,5%, corte de 0,25 ponto percentual. Este é o novo mínimo histórico desde a criação da autoridade monetária europeia em 1999.
Agência Efe (02/05)
Horas antes, a consultoria Markit Economics apresentou novo relatório do PMI (sigla em inglês para Índice de Gerentes de Compras), onde a indústria dos países da Zona Euro voltou a apresentar contração.
O índice aponta que o setor industrial da Zona Euro caiu dos 46,8 pontos no fim do mês de março para 46,7 pontos ao final de abril – menor nível registrado em quatro meses. Para entrar em contração, o PMI precisa ficar abaixo dos 50 pontos.
“Não há nada que sugira que a indústria vá virar a esquina e estabilizar no curto prazo, o que aumenta a pressão para que os órgãos decisórios atuem depressa para recuperar o crescimento econômico”, afirmou Chris Williamson, economista-chefe da Markit.
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Uma das principais causas para esse mau resultado foi o mau desempenho do setor na Alemanha. O PMI do país recuou de 49,0 para 48,1 pontos entre março e abril, superando a previsão de 47,9 (queda pelo segundo mês consecutivo), enquanto o da França aumentou de 44,0 para 44,4 e cumpriu com a estimativa.
“A indústria da zona do euro parece atuar como um fardo significativo e crescente sobre a economia, elevando o risco de uma contração profunda do PIB no segundo trimestre”, diz Williamson.
A economia da zona do euro sofre contração há cinco trimestres seguidos e a tendência deve ser mantida no primeiro trimestre do ano, antes de um retorno do crescimento no segundo trimestre, acreditam economistas.
Questionamentos
Além do já esperado mau desempenho industrial, outros fatores pesaram para decisão do BCE, como a queda acentuada da inflação em abril, o contínuo aumento do desemprego e o fim do impasse político na Itália. O BCE espera, deste modo, criar mais estímulos à atividade econômica dos 17 países que adotam a moeda única.
No entanto, cada vez mais analistas advertem para eficácia cada vez mais reduzida de uma queda da taxa de juro no atual cenário econômico. Apesar de as taxas já estarem há muito tempo a níveis historicamente baixos, empresas e famílias europeias continuam a ter um acesso limitado a crédito barato.
(*) com agências de notícias internacionais