O presidente da Tunísia, Moncef Marzouki, apelou aos partidos políticos e a seus representantes para que evitem criar o caos no país. “Se quisermos enfrentar o perigo, devemos estar unidos”, disse Marzuki, referindo-se à situação de tensão que prevalece no país após a morte de soldados tunisianos na fronteira com a Argélia.
Em discurso televisionado, ele exaltou a necessidade de “alcançar a estabilidade e a paz no país.”. Momentos antes do anúncio, a rede nacional de televisão havia informado sobre a morte dos oito soldados numa troca de tiros com um grupo armado na fronteira com a Argélia, onde o exército tunisiano tenta neutralizar um coletivo ligado à Al-Qaeda.
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O incidente gerou indignação e protestos populares durante toda a noite na cidade oriental de Kasserine, em frente à sede do partido Ennahda, e em outras cidades do país. Além da morte dos soldados, os manifestantes repudiavam o assassinato de dois líderes opositores do governo da Tunísia, pertencentes ao Partido Movimento do Povo. Um deles, Brahmi Mohamed, foi um dos principais líderes da esquerda na Tunísia, a qual é caracterizada por suas fortes críticas ao partido islâmico Ennahdha, atualmente no poder.
Sua morte é a segunda entre líderes da oposição nos últimos cinco meses na Tunísia, depois que o secretário-geral do Partido dos Patriotas Democratas Unificados (Watad), Chokri Belaid, membro da Frente Popular como Brahmi, foi assassinado por um grupo salafista em frente à sua casa, em fevereiro.