Wasel Abu Yusef, membro do comite executivo da OLP (Organização de Libertação da Palestina), pediu nesta quinta-feira (07/11) uma investigação internacional sobre o assassinato do líder palestino Yasser Arafat, um dia depois de cientistas suíços afirmarem que ele provavelmente morreu envenenado com polônio radioativo
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“Da mesma forma que se formou uma comissão de investigação internacional sobre o assassinato (do ex-primeiro-ministro libanês) Rafik Hariri, deve haver uma comissão internacional para investigar o assassinato do presidente Arafat”, declarou Yusef à agência France Presse.
Agência Efe (29/10)
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“Os resultados demonstraram que Arafat foi envenenado com polônio, uma substância que apenas os Estados, e não os indivíduos, possuem, o que significa que o crime foi cometido por um Estado”, disse.
Por outro lado, o porta-voz do Fatah, o movimento do presidente palestino Mahmud Abbas, anunciou uma coletiva com o presidente da comissão de investigação palestina sobre a morte de Arafat.
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O porta-voz Ahmad Assad afirmou à AFP que “amanhã às 10h (6h de Brasília) haverá uma coletiva de imprensa da comissão de investigação palestina, cujo presidente, Tawfiq Tiraui, falará do conteúdo do relatório na Muqata”, a sede da presidência palestina em Ramallah, na Cisjordânia.
As causas da morte de Arafat no dia 11 de novembro de 2004 em um hospital militar francês não estão claras. “Os resultados apoiam moderadamente a hipótese de que a morte se deveu a um envenenamento com polônio 210”, concluíram dez médicos e cientistas, em sua maioria do Instituto de Radiofísica de Lausanne, na Suíça.
No dia seguinte ao anúncio da descoberta, Dov Weisglas e Raanan Guisin, dois dos principais assessores do ex-primeiro-ministro israelense Ariel Sharon – que comandava o país na época em que Arafat morreu –, asseguraram à imprensa local que as suspeitas contra Israel pelo suposto envenenamento são infundadas pois, à época, o líder palestino “já estava marginalizado”.
Weisglas, homem de confiança de Sharon, explicou que entre 2001 e 2002 Arafat foi prejudicial para a política da região, “mas em 2004 já estava marginalizado na política palestina”.
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“Até onde eu sei, durante o período no qual estive à frente do Escritório do primeiro-ministro, ninguém pensou em envenenar Arafat ou em causar algum dano físico”, declarou ao site do jornal Yedioth Ahronoth. “[Arafat] estava confinado na Muqata (sede da ANP em Ramala), afastado dos eventos, por isso que não havia nenhuma necessidade (de causar dano)”, acrescentou. “Os assassinatos não são alheios à política palestina, não sei quem pôde ter interesse em matá-lo, claro que nós não tínhamos”, assegurou Weisglas.
Por sua parte, Raanan Guisin, ex-porta-voz de Sharon e outro de seus homens mais próximos, assinalou que essa hipótese é um tema recorrente nos meios de comunicação, que “voltam com uma frequência de cada seis meses”. “A única coisa que posso dizer é que a política de Sharon, uma vez que Arafat adoeceu, consistia em que (Israel) devia se separar dos eventos”, afirmou.
O porta-voz assegurou que o então primeiro-ministro reiterou esta postura em todos os encontros daquela época com seus ministros e com os altos comandantes, e lembrou que foi Sharon quem autorizou sua saída à França para que ele pudesse receber tratamento médico.
“Ele se preocupou que os franceses o atendessem. Foi muito inteligente na hora de se separar e colocar os franceses”, acrescentou.
Ontem, um porta-voz oficial do Ministério das Relações Exteriores qualificou de “telenovela” a investigação ao redor da morte do líder palestino, realizada por três países.
“Isto não tem nada a ver com Israel, nem tem a mais mínima credibilidade. É outro episódio na interminável telenovela entre Suha Arafat (viúva do líder palestino) e a ANP”, disse o porta-voz da chancelaria israelense, Yigal Palmor.
(*) com agências de notícias internacionais