* Atualizada às 12h18
A seis dias da eleição presidencial na Ucrânia, o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou nesta segunda-feira (19/05) o fim dos exercícios militares realizados na fronteira entre dois países, determinando que cerca de 40 mil oficiais russos retornem às suas bases permanentes. O secretário-geral da Otan (aliança militar ocidental), Anders Fogh Rasmussen, disse hoje que ainda “não há nenhuma evidência” da retirada das tropas.
De acordo com documento emitido pelo Kremlin, serão afetadas as unidades de três regiões do oeste do país — Rostov, Belgorod e Bryansk. A justificativa dada por Putin foi de que as manobras militares previstas para esta época do ano já foram completas.
Leia: Órgão eleitoral pressiona governo interino por realização de pleito presidencial em toda a Ucrânia
Agência Efe
Militante armado pró-russo dispara em checkpoint na cidade de Slaviansk
A retirada do contingente militar pode ser interpretada como uma confirmação da mudança de tom de Moscou ao lidar com a crise na Ucrânia. Logo após os referendos em Donetsk e Lugansk — regiões separatistas do leste ucraniano que, inclusive, já pediram anexação formal à Rússia —, o Kremlin, embora tenha reconhecido os pleitos, afirmou que era necessário que os líderes independentistas se reunissem com as autoridades de Kiev para negociar a resolução da crise.
A mesma mudança ocorreu em relação às eleições presidenciais na Ucrânia, marcadas para o próximo domingo, dia 25. Após criticar a legitimidade do pleito — realizado em função da deposição do presidente pró-russo Viktor Yanukovich, em fevereiro —, Putin já considera as eleições um “passo na direção certa”.
NULL
NULL
Não é a primeira vez que Putin anuncia a retirada dos 40 mil militares. No início do mês, o mandatário já havia ordenado algo semelhante, mas as forças dos EUA e da Otan (aliança militar ocidental) afirmaram não haver evidências do cumprimento da promessa, ameaçando impor novas rodadas de sanções econômicas à Rússia. A manutenção do contingente militar russo em região tão próxima à fronteira com a Ucrânia era vista pelo Ocidente como uma possível preparação para anexar outros territórios ucranianos, a exemplo do processo ocorrido na península da Crimeia no mês de março.
“Operação de castigo”
No mesmo documento, a Rússia também pediu hoje que a Ucrânia ponha fim imediatamente à “operação de castigo” no sudeste do país, removendo seus oficiais da região. Moscou pediu também às autoridades ucranianas para “resolver os problemas mediante o diálogo pacífico”.
Agência Efe
Rússia quer que grupo internacional assuma as investigações sobre massacre de Odessa, que deixou 48 mortos
A situação na Ucrânia foi abordada em reunião do Conselho de Segurança da Rússia presidida por Putin, que viaja hoje em visita oficial à China.
Moscou ainda fez um apelo às Nações Unidas e à OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação da Europa) para lançar uma investigação internacional que apure os eventos do massacre de Odessa, em que 48 pessoas morreram no início do mês.
“Nós perseguiremos uma investigação objetiva e imparcial, que só será possível se for feita internacionalmente”, disse Serguei Lavrov, ministro das Relações Exteriores russo, acrescentando que o país não confia nos esforços do parlamento ucraniano, em Kiev.
(*) Com informações da Agência Efe