O governo da Hungria declarou, nesta sexta-feira (24/05) estar reavaliando seu papel na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) após acusar a União Europeia de preparar-se para entrar diretamente na guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
“O que está acontecendo hoje em Bruxelas e Washington, ou atualmente mais em Bruxelas, está criando o clima para um eventual conflito militar, que poderíamos até descrever como uma preparação para a entrada em guerra da Europa”, afirmou, citado pela agência húngara Mti.
Segundo o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, em entrevista à estação de rádio Kossuth, a posição do país na OTAN está sendo repensada porque Budapeste não deseja se envolver, enquanto o bloco europeu planeja levar a aliança militar ao conflito.
O primeiro-ministro explicou que sua posição resulta da convicção de que o conflito na Ucrânia não pode ser resolvido militarmente, mas por negociações pacíficas. Ele também lembrou que a OTAN deveria ser “uma aliança defensiva e ninguém a atacou”.
“O conflito na Ucrânia diz respeito apenas a esse país e à Rússia. A Hungria se opõe a isso. Estamos trabalhando para determinar como podemos continuar a ser membros da OTAN sem participar [do conflito]”, disse Orbán.
Orbán acrescentou ainda que Bruxelas está ciente do posicionamento da Hungria e cunhou o termo “não participante” para o país. Assim, Budapeste não fornecerá fundos à Ucrânia nem enviará armas ao país, tampouco permitirá o armazenamento de armas destinadas às Forças Armadas de Kiev em seu território.
Por sua vez, Moscou tem repetidamente alertado contra o fornecimento de armas a Kiev pelo Ocidente, afirmando que os comboios estrangeiros que transportam armas seriam alvos legítimos para suas forças assim que cruzassem a fronteira.
Além disso, o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, acusou os Estados Unidos e a OTAN de já estarem diretamente envolvidos no conflito na Ucrânia, não apenas por meio do fornecimento de armas, mas também pela formação de soldados ucranianos em países europeus.
(*) Com Ansa e Sputnik