O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta terça-feira (28/05) que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) enfrentará “sérias consequências” caso decida permitir que a Ucrânia utilize armas de países do Ocidente em ataques ao território russo.
A declaração do mandatário russo aconteceu durante uma visita ao Uzbequistão, na qual foi perguntado, durante uma coletiva, sobre os apelos do secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, sobre a necessidade de “permitir que Kiev utilize armas ocidentais para atacar a Rússia”, segundo ele, para “equilibrar o jogo” no conflito entre os dois países.
“Esses representantes dos países da OTAN, especialmente de países pequenos da Europa, devem estar cientes do que está em jogo. Devem se lembrar são estados com territórios pequenos mas densamente povoados. É preciso ter isso em mente, as consequências que isso pode gerar, antes de tomar a decisão de lançar um ataque contra o território da Rússia”, alertou Putin.
O presidente russo também ressaltou que “esta escalada constante pode ter consequências graves, e o que acontecerá se essas consequências graves forem sentidas na Europa? Como reagirão os Estados Unidos?”.
Negociações de paz
Outro ponto importante da coletiva de Putin no Uzbequistão foi a possibilidade de voltar a instalar uma mesa de negociação para buscar uma solução dialogada entre Rússia e Ucrânia.
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Presidente da Rússia fez declarações sobre a atualidade do conflito na Ucrânia, durante visita ao Uzbequistão
O mandatário russo assegurou que Moscou “sempre esteve aberto para o diálogo” e que a Ucrânia foi quem se negou a essa possibilidade, segundo ele, por influência dos seus aliados ocidentais.
“Nós nunca paramos de negociar, mas eles (ucranianos) disseram ‘não queremos mais negociar com vocês’. Estamos prontos para retomar esse processo, só precisamos saber quem do outro lado tem legitimidade para falar em nome da Ucrânia”.
A declaração serve como uma provocação ao líder ucraniano Volodymyr Zelensky, cujo mandato como presidente deveria ter se encerrado neste mês de maio.
Devido à lei marcial imposta em função da guerra com a Rússia, as eleições de março foram canceladas e Zelensky segue no poder. Porém, o Kremlin afirma que não o reconhece mais como governante da Ucrânia, e que só está disposto a negociar a paz com autoridades do Parlamento Ucraniano, “que são figuras democraticamente eleitas como representantes do país”.