A Ucrânia amanheceu neste sábado (01/06) com as regiões norte, centro, sul e oeste alvejadas por ataques aéreos russos, de acordo com o governo de Volodymyr Zelensky.
Este, que é considerado o terceiro maior ataque russo ao país desde o início da guerra em fevereiro de 2022, acontece depois que os Estados Unidos e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) liberaram o uso de armas contra a Rússia.
Foram relatadas explosões em nove cidades, incluindo a capital Kiev. O alvo foi o sistema de energia ucraniano. O governo de Zelensky anunciou ter abatido 35 de 53 mísseis e 46 de 47 drones.
As tensões se acirraram na última quinta-feira (30/05), quando o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, confirmou a autorização, por parte do presidente Joe Biden, do uso de armas estadunidenses contra alvos russos. O movimento foi seguido pela Dinamarca e a Alemanha, que também integram a aliança militar do Ocidente.
Secretários de Estado de Washington e de Berlim alertaram que as armas poderão ser usadas de forma restrita, se limitando ao sul da Rússia, nos arredores do município de Kharkov. A 30 km da fronteira russa, esta é a segunda maior cidade da Ucrânia e, desde 10 de maio, tem sido alvo das forças militares de Vladimir Putin.
Na sexta-feira (31/05), o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, veio a público após uma reunião com ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia em Praga, na República Tcheca para afirmar que estava confiante de que a Ucrânia usará as armas “de acordo com o direito internacional e de forma responsável”.
Mencionando ser “muito difícil” que a Ucrânia se defenda “se não lhe for permitido utilizar armas avançadas”, Stoltenberg disse que “a Rússia atacou a Ucrânia e esta tem o direito de se defender, o que inclui também atacar alvos militares legítimos dentro da Rússia”.
O Kremlin reagiu. Inicialmente alertando para o risco de uma guerra global e, desde a madrugada da sexta-feira, com a intensificação dos bombardeios aéreos.
O vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitri Medvedev, declarou à imprensa que o uso ucraniano de armas de países membros da Otan é considerado pelos russos como “participação (do Ocidente) na guerra”. Afirmou, ainda, que a Rússia não está blefando e que é um “erro fatal” considerar que não usarão suas armas nucleares.