A ministra da Defesa da Holanda, Kaisa Ollongren, informou nesta segunda-feira (03/06) que o país vai autorizar a Ucrânia a utilizar caças F-16 para atacar “alvos militares” em território russo. De acordo com ela, os Países Baixos não vão impor restrições à Kiev, mas pedem que seja respeitado o direito internacional.
“Aplicamos o mesmo princípio para qualquer outra transferência de armas: uma vez que transferimos algo para a Ucrânia, eles podem usar isso. […] Apenas lhes pedimos que respeitem o direito internacional e o direito à autodefesa, como declarado na Carta da ONU, o que significa que eles irão usá-los (caças F-16) para atingir alvos militares”, disse Ollongren.
Anteriormente, o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, havia feito uma exigência que as armas transferidas para Kiev, incluindo os caças F-16, não fossem utilizadas fora do território da Ucrânia.
A Holanda pretende fornecer 24 caças para a Ucrânia. Dinamarca, Noruega e Bélgica também prometeram a entrega de caças F-16 a Kiev. Os primeiros caças poderão ser entregues já em junho-julho. No total, a Ucrânia deverá receber cerca de 45 aeronaves.
O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Ryabkov, por sua vez, declarou que a autorização para que a Ucrânia use armas ocidentais para atacar alvos em território russo poderia levar a consequências fatais.
“Gostaria de alertar os líderes americanos contra erros de cálculo que poderiam ter consequências fatais. Por razões desconhecidas, eles subestimam a seriedade da rejeição que podem receber”, disse Ryabkov.
O vice-chanceler fez um alerta para que Washington leve “os avisos vindos da Rússia tão a sério quanto possível”.
Estados Unidos e Alemanha já haviam autorizado a Ucrânia a lançar ataques com armas ocidentais contra alvos na Rússia, destacando que isso só é permitido para proteger contra-ataques do território russo na fronteira com a região de Kharkov.
A movimentação do Ocidente para autorizar uso de suas armas em ataques ucranianos na Rússia acontece em meio à intensificação da ofensiva russa no campo de batalha.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, declarou que a Rússia realizou um “bombardeio de mais de 50 mísseis de vários tipos e cerca de 50 drones Shahed foram direcionados ao sul, centro e oeste da Ucrânia”. Explosões foram relatadas em várias cidades, incluindo na capital Kiev.
De acordo com o Ministério da Defesa da Rússia, o país lançou um ataque contra “instalações de energia ucranianas que apoiam o trabalho de empresas do complexo militar-industrial”.