Em concordância com as afirmativas das autoridades russas, um dos principais especialistas militares do país, Aleksei Leonkov, avaliou que os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) “já participam de fato do conflito ucraniano” ao transferir ajudas militares a Kiev.
Em entrevista à Sputnik, Leonkov declarou que os países da aliança militar ocidental estão envolvidos ao “instalar missões de voo para os mísseis transferidos para Kiev e fornecer às Forças Armadas da Ucrânia dados de reconhecimento espacial e aéreo”.
“Não há nenhum mérito das Forças Armadas da Ucrânia na orientação dos mísseis ATACMS, Storm Shadow ou Scalp contra alvos russos. Os operadores ucranianos desses sistemas são em essência ‘botões de lançamento’ e não mais do que isso – toda a instalação de missões de voo e sua ‘transferência’ para os mísseis através do sistema Starlink, bem como o processamento dos dados de inteligência por Kiev é realizado por seus aliados ocidentais. Desta forma, estamos falando da participação efetiva da OTAN no conflito na Ucrânia”, avaliou o especialista.
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Segundo especialista militar russo, orientação de mísseis ucranianos contra alvos russos é realizada através de satélites ocidentais
Segundo sua explicação, a orientação desses mísseis ucranianos contra alvos russos é realizada através de satélites ocidentais. Os aparelhos espaciais dos países da OTAN fornecem dados a partir dos quais são calculadas as coordenadas dos alvos a serem atingidos.
Em seguida, o reconhecimento aéreo, incluindo as aeronaves de alerta e controle Poseidon e os drones Global Hawk, analisa os dados, verificando se perto destas instalações há sistemas de defesa antiaérea. Se o alvo está protegido, primeiro é feito um ataque combinado, de modo a que a defesa aérea gaste a munição, e apenas depois o míssil se dirige para o alvo. Tudo isso com a base ocidental.
Além disso, Leonkov enfatizou que os dados de inteligência para as forças ucranianas não são processados em seu território, mas sim em um centro especial perto da base de Ramstein, na Alemanha.
A afirmação do especialista militar russo acontece na mesma semana em que o presidente Vladimir Putin declarou que os países da OTAN devem estar cientes “com o que estão brincando” quando falam sobre os planos para permitir que Kiev ataque “alvos legítimos” no interior da Rússia com mísseis entregues pelo Ocidente.
(*) Com Sputnik