O banco BNP Paribas aceitou nesta segunda-feira (30/06) pagar a multa recorde imposta pelos Estados Unidos de US$ 8,9 bilhões. A punição ao maior banco da França foi aplicada como parte de uma investigação mais ampla sobre acusações de que a entidade violou as leis norte-americanas ao realizar transações com Cuba, Irã e Sudão.
Agência Efe
Segundo a lei francesa e o direito internacional, o BNP Paribas não cometeu nenhuma irregularidade
Um advogado do banco compareceu no tribunal estatal de Nova York para responder a acusação de falsificação de registros de negócios e uma acusação de conspiração.
Análise: Os Estados Unidos, o BNP Paribas e a soberania da França
Um dos fiscais declarou que o BNP se envolveu em uma “conspiração de longo prazo, multijurisdicional” no qual violou leis de sanções ao facilitar transações que envolvem Sudão, Cuba e Irã.
As investigações revelaram que o BNP realizou transações financeiras envolvendo US$ 30 bilhões em negócios que violaram sanções norte-americanas entre 2002 e 2009. Trata-se do sétimo banco que aceita uma punição por violar sanções norte-americanas a algum país, mas o primeiro a se declarar culpado.
A punição é a maior da história dos EUA a um banco estrangeiro. De acordo com as autoridades do país, o alto valor da multa se justifica pela longa duração das ações que teriam durado pelo menos 11 anos.
França
O ministro de Relações Exteriores, Laurent Fabius, disse anteriormente que a multa é “um problema extremamente sério”, uma decisão “injusta, unilateral” e “não razoável”. Para Fabius, a pena pode prejudicar as negociações entre Estados Unidos e União Europeia para um acordo de comércio transatlântico.
O presidente francês, François Hollande, chegou a escrever uma carta a seu homônimo norte-americano, Barack Obama, para argumentar que a multa era desproporcional.
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Outras punições
Esta não é, no entanto, a primeira vez que o governo dos EUA sancionam entidades financeiras ou comerciais por ter realizado transações com Cuba. Em maio, a companhia American International Group que opera seguros e serviços financeiros internacionais, aceitou pagar uma multa de US$ 279 mil por manter relações comerciais com a ilha.
A Agência de viagens argentina Decolar.com acordou pagar US$ 2,8 milhões por realizar transações que teriam violado o bloqueio contra Cuba. Os bancos UBS da Suíça e o Australia & New Zealand também foram punidos pelas mesmas causas.