O Hamas classificou Israel neste domingo (10/08) como “plenamente responsável” pelo fracasso das negociações no Cairo por um cessar-fogo entre ambas partes. A declaração vem horas após o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciar que a operação Margem Protetora “continuará até conseguir seu objetivo”.
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Efe
Gaza City acorda sob bombardeios na manhã deste domingo: negociações no Cairo estão suspensas
”Netanyahu fracassou nesta batalha e o perdedor não tem possibilidade de ditar ou impor nenhuma pré-condição. Nosso povo não cederá perante a estupidez israelense”, anunciou o porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri, em coletiva de imprensa.
Para Netanyahu, a operação prosseguirá até que os israelenses tenham “tranquilidade” e afirmou aos seus ministros que “não negociará sob disparos”. Pressionado pela ala mais conservadora para que retome as ofensivas terrestres e derrube o Hamas mediante a força, o premiê ressaltou que “levará algum tempo” até que a calma retorne para a população israelense.
Os ataques voltaram após o Hamas ter uma lista de exigências – que incluíam questões como cessar-fogo, libertação de presos, desbloqueio de Gaza e a abertura de um porto e um aeroporto na Faixa de Gaza – negada por Israel.
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Negociações com Egito
O Egito busca um acordo durável nas negociações. Na sexta (08/08), pouco antes do fim do cessar-fogo humanitário de 72 horas, Israel retirou sua delegação do Cairo, embora a delegação palestina continue ainda hoje na capital egípcia.
”Se for confirmado que os israelenses não voltarão ao Cairo neste domingo, sairemos à noite para a Palestina para realizar consultas com o presidente Mahmoud Abbas”, ameaçou nesta manhã o dirigente do movimento Fatah Azzam al Ahmad, que lidera a delegação palestina no Cairo.
Segundo a AFP, a delegação palestina está examinando uma proposta egípcia para um novo cessar-fogo de 72 horas com Israel na Faixa de Gaza, mas que a decisão depende da “seriedade da posição israelense”. reforça o porta-voz do Hamas, Sami Abu Zouhri. Tel Aviv insiste em não negociar enquanto continuarem as agressões e não deve retornar ao Egito por enquanto, indica a imprensa israelense.
Efe
Jovens palestinos jogam pedras em direção a militares israelenses em Hebron, na Cisjordânia
Apoio Latino-americano
No sábado (09/08), a ANP órgão presidido por Mahmoud Abbas que controla o território palestino da Cisjordânia, afirmou que vai pedir apoio da Unasul (União das Nações Sul-Americanas) e da Alba (Aliança Bolivariana para os Povos da América) para denunciar a situação do povo palestino ante a ofensiva israelense, que já dura um mês e deixou cerca de 1.900 mortos na Faixa de Gaza.
O ministro das Relações Exteriores da ANP, Riad al Maliki, disse que uma delegação palestina tentará comparecer à cúpula da Unasul, realizada ainda neste mês em Montevidéu, para solicitar ao bloco uma declaração de apoio a sua causa. O dirigente anunciou ainda que na quarta-feira (13/08) se reunirá em Caracas (Venezuela) com os ministros das Relações Exteriores dos onze países que compõem a Alba para conseguir angariar apoio para a Palestina.