O governo brasileiro condenou, na noite desta segunda-feira (06/05), o início da operação de Israel contra a cidade de Rafah, fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito, que abriga mais de um milhão de palestinos deslocados pela guerra.
Por meio de uma nota do Ministério das Relações Exteriores, o Brasil classifica a decisão de Israel ao prosseguir com a ação militar rejeitada por grande parte da comunidade internacional como “optar por deliberadamente intensificar o conflito”.
O governo brasileiro afirmou que Israel tem conhecimento da alta concentração da população civil de Gaza em Rafah neste momento, e que mesmo assim, decidiu prosseguir com a incursão.
“O governo israelense, mostra, novamente, descaso pela observância aos princípios básicos dos direitos humanos e do direito humanitário, a despeito dos apelos da comunidade internacional, inclusive de seus aliados mais próximos”, declarou o Itamaraty.
A chancelaria também alertou que a operação em Rafah pode comprometer os esforços de mediação e diálogo que estão em curso, com o objetivo de alcançar um cessar-fogo na região, a libertação dos reféns que estão sob sequestro do Hamas, e a solução de dois Estados – pautas já anteriormente defendidas pelo governo brasileiro.
O país ainda por ação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), para que o órgão “supere a indiferença e o imobilismo que têm permitido o aprofundamento da catástrofe humanitária na Faixa de Gaza”.
O posicionamento brasileiro veio poucas horas antes de Israel anunciar a tomada de controle do lado palestino da fronteira de Rafah.
Israel iniciou o bombardeio e invasão terrestre a Rafah nesta segunda-feira (06/05), horas depois de o Hamas anunciar que aceitava os termos de uma proposta de cessar-fogo apresentada em uma mesa de negociação realizada no Cairo, com mediação de representantes de Egito, Catar e Estados Unidos.