O grupo Estado Islâmico, que estabeleceu um califado no Iraque e parte da Síria, distribuiu diversos panfletos de propaganda para tentar conquistar apoiadores na cidade de Peshawar, a 200 quilômetros da capital do Paquistão, Islamabad, e 60 da fronteira com o Afeganistão, como denunciou a imprensa internacional nesta quarta-feira (03/09). Também foram encontrados grafites em muros e adesivos em alguns carros. A ação ocorre em meio a uma crise política vivenciada devido à ação de manifestantes que pedem a renúncia do primeiro-ministro, Nawaz Sharif.
MT “@omar_quraishi Rcntly pro ISIS graffiti appeared in Balochistan – thn came deadly attck on Zikris -nw pmp in kpk” pic.twitter.com/xfb1zdKArp
— Engr.Syed (@munda4u_4ever) 2 setembro 2014
A situação é agravada pela ação de talibãs paquistaneses do TTP (Movimento Talibã do Paquistão), que intensificou a ação no país. O grupo acusa o governo de apoiar a chamada “guerra contra o terror” promovida pelos Estados Unidos e de não aplicar a sharia, lei islâmica. Nesta quarta-feira (03/09), o governo anunciou que 910 integrantes do grupo e 82 soldados morreram em confrontos.
Agência Efe
Polícia paquistanesa lançam gás lacrimogênio para disperçar manifestantes em Islamabad
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Crise política
Os protestos no país contra Sharif começaram no sábado (26/08) e deixaram um saldo de três mortos e mais de 500 pessoas feridas. Desde então, milhares de pessoas acamparam na capital Islamabad para pedir a saída de Sharif por corrupção e fraude eleitoral.
Agência Efe
Manifestantes permanecem acampados em frente ao Parlamento em Islamabad
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Os líderes do movimento aproveitam a insatisfação da população com a crise energética, o aumento dos ataques insurgentes e a má situação da economia para forçar a saída do primeiro-ministro, que obteve a maioria absoluta na eleição de 2013.
Sharif foi deposto em um golpe de Estado promovido por militares em 1999 e manteve uma difícil relação com eles desde a decisão do governo de se aproximar da Índia.
Hoje, opositores concordaram em se encontrar com representantes do governo para negociar as exigências defendidas pelos manifestantes. O PTI (Movimento Paquistanês por Justiça), de orientação nacionalista de centro, e o PPP (Partido Popular do Paquistão), de centro-esquerda, afirmaram que “em breve haverá uma solução concreta”.
“Todo mundo quer uma solução pacífica. Eu acredito que nas próximas 24 ou 48 horas, as coisas vão se normalizar”, disse o vice-presidente do PTI, Shah Mehmood Qureshi.