O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, anunciou nesta quarta-feira (10/09) a criação de uma comissão de inquérito independente sobre os ataques das Forças Armadas de Israel contra instalações da UNRWA (Agência da ONU para Refugiados Palestinos) em 24 de julho e também contra quatro crianças que morreram enquanto brincavam em uma praia na Faixa de Gaza durante os 50 dias da Operação “Margem Protetora”, que resultou na morte de mais de 2.100 palestinos e 70 israelenses.
Efe/ julho
Após o ataque, manchas de sangue no chão em frente à escola da ONU na cidade de Beit Hanoun, no norte de Gaza
Em resposta, a Procuradoria Militar de Tel Aviv abriu mais de 90 processos de investigação sobre a recente ofensiva no enclave ocupado. Segundo o portal israelense Ynetnews.com, equipes de inspeção especial já começaram a investigar 44 situações em que as Forças Armadas são acusadas de atacar inocentes de modo ilegal e outros 55 casos devem ser colocados em pauta nos próximos dias.
Entre as outras investigações abertas estão o roubo de dinheiro da residência de um palestino por um soldado, abusos contra um detido durante vários dias e a morte de uma palestina quando saía de casa. De acordo com a Agência Efe, a investigação de todos os casos denunciados faz parte da estratégia de Israel para evitar que algum de seus comandantes seja julgado em tribunais internacionais.
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Ban disse hoje à agência de notícias árabe Al-Hayat que a sua comissão analisará as violações cometidas durante os ataques que resultaram nas mortes de funcionários da ONU nas escolas da UNRWA. Paralelamente, o secretário-geral também afirmou que serão investigadas as alegações de que as instalações das Nações Unidas teriam sido usadas como armazenamento de armas do Hamas e de outras facções palestinas.
Contudo, o governo de Israel anunciou que não colaborará oficialmente com a ONU por considerar que suas perspectivas são tendenciosas ao não incluírem a investigação de crimes cometidos pelo Hamas e por milícias palestinas.
Nesta madrugada, um jovem palestino de 22 anos foi assassinado por soldados israelenses durante uma batida no campo de refugiados de Al Amari, no distrito de Ramalah. Issa Salem foi ferido pelos disparos efetuados por uma unidade militar que entrou no campo para deter um ativista do Hamas e morreu pouco depois em um hospital da cidade, informou a agência local Ma'an.
Efe
Palestinos jogam volei em praia de Gaza nesta madrugada usando luz de motocicleta para iluminar campo