“A epidemia do ebola ameaça a existência da Libéria”, declarou na terça-feira (09/09) o ministro da Defesa, Brownie Samukai. O país – que é o mais afetado pelo vírus na África Ocidental – já registrou 1.200 mortes, isto é, mais da metade das 2.288 vítimas fatais do surto.
Para o ministro, o ebola “está se propagando como um incêndio fora de controle, devorando tudo em seu caminho”. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), estima-se que milhares de novos casos devem ser descobertos na Libéria nas próximas duas semanas.
Efe
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“A já fraca infraestrutura de saúde no país está sobrecarregada”, prosseguiu Samukai, acrescentando que a resposta inicial da comunidade internacional foi insuficiente. Antes da epidemia, o país contava com apenas um médico para cada 100 mil pessoas, em uma população total de 4,4 milhões de habitantes.
Para a diretora da OMS, Sylvie Briand, a situação foi subestimada no continente, principalmente na Libéria. Neste país, pelo menos 160 funcionários de saúde contraíram o vírus e pelo menos 80 morreram. Segundo Briand, a maioria deles não usava equipamento de proteção, nem treinamento ou pagamento apropriados.
Governo “em quarentena”
Desde o dia primeiro de setembro, funcionários públicos e trabalhadores de atividades não essenciais na Libéria não podem sair de casa por um mês. A ordem partiu da presidente Ellen Johnson Sirleaf, que afirmou que a medida não terá impacto sobre o pagamento dos salários.
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Além das mortes, a crise tem provocado sérios danos à economia liberiana, onde diversas vilas estão em quarentena, o que tem provocado impacto na agricultura, provocando um aumento no preço dos alimentos.
O Banco Africano de Desenvolvimento afirmou, em meados de agosto, que o ebola está causando “grande dano” às economias dos países afetados pela doença no oeste da África. O surto tem provocado a drenagem dos recursos orçamentários e pode reduzir o crescimento econômico em até 4%. Além disso, empresários estrangeiros estão abandonando e cancelando projetos na região.