O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN) emitiu, nesta segunda-feira (29/04), uma nota de solidariedade e apoio às lutas dos estudantes das universidades dos Estados Unidos contra o apartheid e o genocídio praticado pelo Estado de Israel na Faixa de Gaza.
“Em várias universidades dos EUA têm acontecido, nestes últimos dias, atos protagonizados, principalmente, por estudantes em solidariedade ao povo da Palestina, e em repúdio ao genocídio praticado pelas forças sionistas do Estado de Israel em territórios palestinos, especialmente na Faixa de Gaza”, declara o documento ao saudar as manifestações.
O circular também traz a denúncia que a mobilização pioneira, na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, “foi reprimida pela polícia e mais de 100 estudantes foram detidos”, além de trazer atualizações sobre a violência policial em outras universidades norte-americanas.
Segundo o ANDES-SN, na Universidade da Califórnia em Berkeley, a polícia deteve quase 100 manifestantes após uma ordem de dispersão. Na Universidade de Yale foi detido um grupo de aproximadamente 45 alunos. Na Universidade de Minnesota, no campus Twin Cities, nove pessoas foram presas, e no Emerson College, em Boston, um grupo de 100 manifestantes também foi preso.
Para o sindicato, as prisões dos alunos são reflexo do “establishment político, econômico e cultural dos EUA” que acusam falsamente os estudantes de antissemitismo, quando, na verdade, são “contrários ao sionismo de características racistas, imperialistas e fascistas e à política de apartheid imposta à Palestina”.
“As ações dos estudantes nas universidades dos EUA são um exemplo a ser seguido para denunciar a prática de genocídio e o apartheid cometidos pelo Estado de Israel sob o governo reacionário de Benjamin Netanyahu”, finaliza o documento ao exigir cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza.
Leia a nota na íntegra:
Circular nº 164/2024
Brasília(DF), 29 de abril de 2024.
Às seções sindicais, secretarias regionais e ao(à)s diretore(a)s do ANDES-SN.
Assunto: Envia nota de solidariedade e apoio da Diretoria do ANDES-SN às lutas do(a)s
estudantes das universidades dos EUA contra o apartheid e o genocídio praticado pelo Estado de Israel.
Companheiro(a)s,
Encaminhamos, para conhecimento, nota de solidariedade e apoio da Diretoria do ANDES-SN às lutas do(a)s estudantes das universidades dos EUA contra o apartheid e o genocídio praticado pelo Estado de Israel.
Sem mais para o momento, renovamos nossas cordiais saudações sindicais e universitárias.
Profa. Francieli Rebelatto Secretária-Geral
NOTA DE SOLIDARIEDADE E APOIO DA DIRETORIA DO ANDES-SN ÀS LUTAS DO(A)S ESTUDANTES DAS UNIVERSIDADES DOS EUA CONTRA O APARTHEID E O GENOCÍDIO PRATICADO PELO ESTADO DE ISRAEL
Saudamos a luta internacional para fazer dos campi universitários territórios livres de apartheid
Em várias universidades dos EUA têm acontecido, nestes últimos dias, atos protagonizados, principalmente, por estudantes em solidariedade ao povo da Palestina, e em repúdio ao genocídio praticado pelas forças sionistas do Estado de Israel em territórios
palestinos, especialmente na Faixa de Gaza.
Na Universidade de Columbia, estudantes organizaram um acampamento pacífico no gramado em um dos seus campi. O protesto, contra o investimento financeiro contínuo da universidade em empresas que beneficiam o apartheid israelense, o genocídio e a ocupação militar da Palestina, foi reprimido pela polícia e mais de 100 estudantes foram detido(a)s. Eventos semelhantes têm acontecido no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, no Emerson College, na Universidade do Texas em Austin, na Universidade de Michigan e na Universidade da Califórnia em Berkeley. Nesta última, a polícia também deteve quase 100 manifestantes após uma ordem de dispersão. Na Universidade de Yale foi detido um grupo de aproximadamente 45 manifestantes. Nove pessoas foram presas no campus Twin Cities da Universidade de Minnesota, após formar um acampamento. No Emerson College, em Boston, um grupo de 100 manifestantes foi preso durante um protesto pró-Palestina.
O establishment político, econômico e cultural dos EUA tem frequentemente acusado o(a)s militantes contrário(a)s ao sionismo de características racistas, imperialistas e fascistas e à política de apartheid imposta à Palestina, de antissemitismo, acusação absolutamente inverídica. Com este argumento, a polícia tem apelado à violência contra o(a)s manifestantes, na sua grande maioria, estudantes universitário(a)s.
Vale lembrar, para valorizar ainda mais as lutas das e dos estudantes estadunidenses, o recente veto isolado do governo dos EUA no Conselho de Segurança da ONU à proposta de reconhecer o Estado da Palestina como membro pleno da comunidade internacional.
Desde o ANDES-SN, saudamos esta crescente mobilização estudantil e universitária nos EUA, que denuncia a política colonialista do Estado de Israel e a prática de genocídio que, como aprovado no nosso último congresso, luta por fazer dos campi universitários “territórios livres do apartheid, não estabelecendo relações acadêmicas com instituições vinculadas ao Estado de Israel e rompendo com as já existentes”. O caminho da luta pelo cessar-fogo e pela autodeterminação do povo palestino precisa ser reforçado e ampliado. As ações do(a)s estudantes nas universidades dos EUA são um exemplo a ser seguido para denunciar a prática de genocídio e o apartheid cometidos pelo Estado de Israel sob o governo reacionário de Benjamin Netanyahu.
Redobramos a exigência do imediato cessar-fogo e o ingresso de ajuda humanitária para a população da Faixa de Gaza. Reafirmamos a defesa do povo palestino, da luta pela sua autodeterminação e reconhecimento internacional, e reiteramos NÃO É GUERRA, É GENOCÍDIO!
Brasília(DF), 29 de abril de 2024.
Diretoria do ANDES-Sindicato Nacional.