Após 10 dias de campanha pró-eleições livres, estudantes de Hong Kong concordaram em iniciar nesta semana diálogos com o governo local por uma reforma política na ilha.
Efe
Ruas de Hong Kong começam a esvaziar na medida em que protestos perdem força
“Estivemos de acordo que o início das reuniões será nesta semana. Queremos que seja um diálogo profundo, não apenas uma conversa informal ou uma sessão de consulta”, declarou em coletiva nesta terça-feira (07/10) Lester Shum, porta-voz da Federação de Estudiantes, uma das três organizações responsáveis pelos protestos pró-democráticos na ilha.
No entanto, o representante dos estudantes explicou que o grupo recusou uma reunião com o chefe de governo, C. Y. Leung, considerado por eles uma “marionete” da China e de quem pedem a renúncia. As rodadas de conversa devem acontecer com a número dois do Executivo local, a secretária-chefe Carrie Lam.
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A proposta do diálogo é também para colocar um fim aos protestos que têm paralisado parte da região. Nos últimos dias, Hong Kong foi palco de mobilizações de centenas de milhares de pessoas. Nesta terça, o número de estudantes diminuiu consideravelmente, apesar de alguns ainda continuarem acampados nos distritos governamental e comercial.
No domingo (05/10), a organização Occupy Central, uma das idealizadoras das mobilizações de Hong Kong, anunciou que deixaria os acampamentos montados no bairro de Mong Kok e nos arredores do edifício do governo local, para concentrar seus esforços no distrito de Admiralty, o epicentro dos protestos.
Desde semana passada, milhares de pessoas tomaram as ruas da ilha com o intuito de reivindicar democracia plena na ex-colônia britânica, incluindo um sistema de votação livre quando for escolhido o novo líder de Hong Kong, prevista para acontecer em 2017. Os protestos começaram após Pequim determinar que vai escolher quem serão os candidatos no pleito.
Carlos Latuff/Opera Mundi