A 3ª Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos sobre a Família, que ocorre no Vaticano até o próximo domingo (19/10), foi convocado pelo papa Francisco para discutir formas de aproximar os católicos da linguagem da Igreja sobre temas relacionados à família, como casamento, divórcio, homossexualidade e sexo. O encontro reúne 253 participantes entre bispos e leigos que contribuem com depoimentos sobre as questões abordadas.
Agência Efe
Papa Francisco coordena reunião do Sínodo, iniciado na última segunda-feira (07/10)
Francisco propôs aos bispos um debate aberto, sem medo e distanciado das “teses acadêmicas” sobre temas relacionados à família. O papa ressaltou que o objetivo do sínodo “não é ver quem é mais inteligente”. Nos últimos anos, os encontros foram criticados por serem pouco mais do que uma troca de ideias, sem ajudar de forma efetiva o papa com a tomada de decisão.
Cada um dos padres sinodais – principalmente os presidentes das Conferências Episcopais – apresentou um documento para o sínodo sobre as experiências de vida familiar.
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A reunião assinalou que, na atualidade, as famílias enfrentam dificuldades devido à crise econômica, guerras, migrações, globalização, além do drama de doenças como a Aids e o ebola. Também são abordadas questões em torno do fundamentalismo islâmico, poligamia, noivas-crianças, pobreza e migração.
Casais homossexuais
A relação entre casais homossexuais também foi pautada. O Vaticano destacou que o tema foi abordado “longe de qualquer tipo de condenação. Se evidenciou a vontade de escutar e compreender, mas, ao mesmo tempo, reiterando que o casamento é a união entre um homem e uma mulher”.
Outra discussão se dá em torno da possibilidade de que casais divorciados que voltaram a se casar possam receber novamente a Comunhão. Nesse sentido, o aínodo reiterou que “amparar (os divorciados) na Igreja pode dar novas esperanças e favorecer um clima familiar mais sereno que, por sua vez, refletiria em benefício de toda a sociedade”.
De acordo com um resumo dos porta-vozes, um dos bispos presentes pediu à Igreja “para passar de uma situação defensiva a uma positiva e ativa, relançando o patrimônio da fé com uma linguagem nova, com esperança, ardência e entusiasmo, dando testemunhos convincentes, criando uma ponte entre a linguagem da Igreja e o da sociedade”, como informou a agência Efe.
Em artigo, o chefe do conselho editorial da revista Reflexión y Liberación, conhecida por difundir os ideais da Teologia da Libertação, Jaime Escobar, ressaltou que hoje há um “bom ambiente de escuta e de esforço para expressar com liberdade os diversos pontos de vista sobre questões que afetam diretamente as famílias”. Ele aponta, no entanto, que “a voz do setor mais conservador da Igreja ainda tem uma boa margem de ação para frear algumas importantes decisões que uma maioria de bispos participantes deseja, em sintonia com o povo de Deus espalhado por todo o mundo”.