O presidente iemenita, Abdo Rabbo Mansour Hadi, disse neste sábado (28 de março) que os houthis, grupo xiita que tomou o poder do país em fevereiro, são “marionetes do Irã” e pediu que os ataques da coalizão árabe no país continuem até que eles se rendam.
Agência Efe
O presidente iemenita, Abdo Rabbo Mansour Hadi, durante discurso na cúpula da Liga Árabe
O presidente iemenita disse também que a ofensiva da coalizão liderada pela Arábia Saudita deve prosseguir até que os houthis “saiam das províncias e instituições que ocuparam e devolvam as armas, médias e pesadas, que saquearam dos quartéis militares”. Para ele, o grupo xiita tem “uma dependência do poder” e seus aliados internos e estrangeiros querem “utilizar o Iêmen para perturbar a região e a segurança internacional”.
O presidente, que fugiu de barco do país na última quarta-feira, pediu aos iemenitas que apoiem a “legitimidade constitucional, resistam às milícias (houthis) com coragem e saiam às ruas e às praças para expressarem sua vontade livremente”.
Após a reunião na cúpula, Hadi deixou o Egito com destino a Riad no mesmo avião que o rei saudita, Salman bin Abdul Aziz al Saud. Segundo fontes próximas ao presidente, ele ainda não pretende voltar ao Iêmen.
Coalizão árabe realiza operação militar
A Arábia Saudita lidera uma coalizão árabe, integrada por Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Bahrein e Egito, entre outros países, que começou a bombardear posições dos houthis no Iêmen na quinta-feira (26 de março), em resposta a um pedido do chanceler iemenita, Riad Yassin. No primeiro ataque realizado pela coalizão na capital do Iêmen, Sanaa, ao menos 20 civis morreram e 31 ficaram feridos.
NULL
NULL
Também na quinta-feira, cerca de 200 mil pessoas, entre milicianos e seguidores dos houthis, protestaram na capital iemenita contra a operação militar. Por outro lado, milhares se manifestaram na cidade de Taiz, no sudoeste do país, a favor da operação.
Dezenas de ataques aéreos foram realizados entre a noite de sexta e a manhã de sábado em cidades como Sanaa, Marib, Dhamar e Lahj, segundo a AP. Na cidade de Aden, pelo menos três pessoas teriam sido mortas em um ataque contra um acampamento militar.
ONU e Arábia Saudita evacuam funcionários e diplomatas
O enviado especial da ONU para o Iêmen, Jamal Benomar, e mais de 300 pessoas, entre funcionários da entidade, voluntários, representantes de empresas internacionais e suas famílias, deixaram o país árabe neste sábado.
Nos últimos meses, Benomar vinha intermediando a crise entre o presidente iemenita e os houthis. No último domingo, o enviado especial alertou sobre a grave deterioração da situação no Iêmen e afirmou que o conflito poderia resultar algo similar ao que se vive hoje em países como Iraque, Síria e Líbia.
A Arábia Saudita também evacuou 86 diplomatas sauditas e estrangeiros, procedentes de países árabes e ocidentais. Eles saíram de barco da cidade litorânea iemenita de Áden e foram transferidos para a cidade saudita de Jidá, segundo informaram neste sábado os meios de comunicação do país.
Agência Efe
Iemenitas e estrangeiros esperam em fila em frente ao aeroporto de Sanaía para sair do país
*Com informações de AP e Agência Efe