O serviço de inteligência da Alemanha (BND, na sigla EM ALEMÃO) é acusado de ter espionado empresas europeias e importantes funcionários da França e da Comissão Europeia, reportou o jornal alemão Süddeutsche Zeitung.
“O BND ajudou a NSA (Agência Nacional de Segurança norte-americana) a realizar uma espionagem política” nas instalações do órgão alemão, assinalou o veículo originário de Munique, em reportagem desta quinta-feira (29/04). Entre as autoridades francesas espionadas, estavam membros do ministério das Relações Externas e do Palácio do Eliseu, o Executivo parisiense.
EFE/arquivo
Em 2013, celular de Merkel foium dos alvos de espionagem norte-americana, causando crise na relação entre os dois países
As revelações geraram revolta da imprensa francesa. Para Le Monde, o constrangimento atinge o governo da chanceler Angela Merkel “que sempre se portou como vítima [em relação à espionagem] perante seus aliados norte-americanos”.
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O jornal francês alude ao choque de Berlim em 2013, após as denúncias do ex-agente da NSA Edward Snowden, que vazou documentos que atestavam os anos de espionagem até do telefone particular de Merkel. “Espionar amigos é inaceitável”, dissera a chanceler à época, dirigindo-se ao presidente dos EUA, Barack Obama.
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, diz que espera uma satisfação de Berlim. “Isso precisa ser resolvido pelas autoridades alemãs, inclusive pelo parlamento. Questionado sobre a afirmação de Merkel sobre ser inaceitável a espionagem de amigos, Juncker respondeu, segundo o telejornal Tagesschau, com um simples “sim”.
Por sua vez, o presidente do Parlamento Europeu, o alemão Martin Schulz (filiado ao SPD, partido que faz parte da coligação do governo Merkel), afirmou que, se confirmado, o fato seria “uma ação grave e inaceitável”, de acordo com o jornal Passauer Neuen Presse.
Paris evitou emitir uma opinião. “Mantemos contato próximo sobre esse tema com nossos parceiros alemães”, afirmou um porta-voz do Ministério do Interior francês.
Procurados por El Pais, os porta-vozes do governo alemão não confirmam nem desmentem a informação, sob a justificativa de que não podem interferir em uma investigação parlamentar.