Há atualmente 54 jornalistas profissionais (53 homens e uma mulher) mantidos como reféns ao redor do mundo, segundo um relatório divulgado nesta terça-feira (15/12) pela organização internacional Repórteres Sem Fronteiras. O número representa um aumento de 35% em relação ao mesmo momento do ano passado, quando havia 40 jornalistas na mesma situação.
Roger H. Goun/Flickr
100% dos jornalistas foram sequestrados em regiões de conflito armado, apontou Repórteres Sem Fronteiras nesta terça-feira (15/12)
Todos os 54 foram sequestrados em zonas de conflito armado; 91% no Oriente Médio e 9% no norte da África. Apenas quatro países concentram todos os casos de sequestro: 26 jornalistas na Síria, 13 no Iêmen, 10 no Iraque e cinco na Líbia. Em 81% dos casos, os profissionais são naturais dos países onde foram sequestrados.
Segundo Christophe Deloire, secretário-geral da Repórteres Sem Fronteiras, “uma indústria de reféns se desenvolveu em certas zonas de conflito”. “Estamos muito alarmados pelo aumento no número de repórteres mantidos como reféns em 2015. O fenômeno está, acima de tudo, ligado à grande onda de sequestros de jornalistas no Iêmen, onde 33 foram sequestrados por milícias houthi e pela Al-Qaeda em 2015, contra dois em 2014. Treze deles ainda estão sendo mantidos como reféns”, disse Deloire.
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O principal grupo responsável pelos sequestros, de acordo com os dados do relatório, é o EI (Estado Islâmico), principalmente na Síria e no Iraque. Do total de jornalistas reféns no momento, 18 (ou um terço) foram sequestrados pelo EI.
O relatório indica ainda que existem oito jornalistas desaparecidos, cinco deles da emissora líbia Barqa TV. Em abril, autoridades da Líbia anunciaram ter encontrado os corpos dos jornalistas, mas, segundo a Repórteres Sem Fronteiras, não foram apresentadas evidências suficientes para verificar a identidade dos corpos, por isso os incluiu nos números de desaparecimentos. A organização esclarece que “jornalistas são considerados como desaparecidos quando não existem indicadores suficientes para determinar se eles foram mortos ou estão mantidos como reféns”.
Ainda de acordo com o relatório, existem 153 jornalistas profissionais presos atualmente, sendo cinco mulheres. O número representa uma queda de 14% em relação a 2014, quando havia 178 presos. A China (com 23), o Egito (22), o Irã (18), a Eritreia (15) e a Turquia (9) são países com o maior número de jornalistas detidos.