Atualizada às 16:51
O governo de Israel anunciou no domingo (07/08) que o país criará uma força-tarefa para expulsar e evitar a entrada, em seu território, de ativistas de movimentos que integrem a campanha global BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções a Israel).
A equipe será coordenada pelos ministérios do Interior e de Segurança Pública que, em comunicado conjunto, acusaram os ativistas da campanha de “agitar residentes locais contra forças de segurança e perturbar suas atividades”.
“Ativistas não deveriam ser autorizados a entrar em Israel”, disse o ministro de Segurança Pública, Gilad Erdan. “Nossa equipe legal logo apresentará conclusões adicionais e tomaremos medidas adicionais contra organizações e ativistas do boicote. Boicotar Israel tem que vir com um preço”, completou.
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Protesto em Washington DC em frente à Casa Branca, nos Estados Unidos, pede boicote a Israel
“A batalha de organizações de boicote contra Israel começa com as pessoas que vêm sabotar dentro de Israel”, disse o ministro de Interior, Aryeh Deri. “É nossa tarefa fazer o possível para enfraquecer o boicote”, acrescentou.
O governo de Israel afirma que há dezenas de organizações que promovem o boicote contra o país atuando dentro do território israelense.
Lançada em 2005, a campanha pelo BDS surgiu a partir de um grupo de palestinos que lançaram um chamado para que países implantassem, contra Israel, um boicote semelhante ao realizado contra o regime de apartheid na África do Sul. O movimento deveria durar até que Israel reconhecesse os direitos fundamentais do povo palestino.
O apelo originou a campanha BDS, que sugere não apenas boicotes a Israel e empresas cúmplices de violações das leis internacionais, mas também boicotes acadêmicos e culturais de instituições israelenses coniventes com a ocupação ilegal dos territórios palestinos.
Em Israel, estrangeiros ligados ao movimento participam de manifestações contra o governo e de diversos trabalhos voluntários. Muitos deles chegam com o visto de turista, mas permanecem no país por mais tempo.
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No domingo, Erdan pediu também que a população israelense colabore com o governo e denuncie os ativistas envolvidos nas campanhas de boicote.
“Se você tem informação sobre alguém que pretende ser um turista mas de fato é um ativista do boicote visitando Israel, deixe-nos saber que agiremos para expulsá-lo de Israel”, disse o ministro de Segurança Pública por meio de mensagem postada no Facebook.
Segundo a imprensa israelense, os nomes de organizações (ainda não divulgados) já teriam sido listados pelo governo.
Abdulrahman Abunahe, porta-voz da campanha BDS, classificou a decisão do governo israelense como “antidemocrática”. “Deportar ativistas para silenciá-los e minar seu apoio pelos direitos humanos da população palestina não é somente antidemocrático; é outro incidente de Israel atirando contra o próprio pé”, declarou em comunicado divulgado no site da organização.
Os esforços de Israel contra a campanha, de acordo com o ativista, são “um forte indicativo do quão desesperado e irracional o regime de ocupação de Israel, colonialista e de apartheid, se tornou em suas fúteis tentativas de dificultar o crescimento impressionante do movimento BDS ao redor do mundo”.