O parque eólico da Serra del Tallat, na Catalunha: os moinhos de vento contra a energia suja
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A crise europeia e o medo de recessão não foram capazes de frear os investimentos em energia eólica, que apresentou em 2011 um crescimento de 21% na capacidade instalada mundial. Esta expansão resultou principalmente do interesse de novos mercados, principalmente da China, pelas renováveis.
Segundo os números apresentados em fevereiro pelo GWEC (Conselho Global de Energia Eólica), 80 países já possuem instalações eólicas e 22 delas são capazes de gerar pelo menos 1gigawatts (GW). Mais de 41GW foram somados à capacidade total instalada em 2011, que agora ultrapassa os 238GW.
“Apesar do estado atual da economia global, a energia eólica continua a ser a tecnologia de geração renovável mais escolhida”, afirmou Steve Sawyer, secretário geral da GWEC. “2011 foi um ano difícil, e 2012 não será diferente, mas as bases do setor permanecerão sólidas em longo prazo. Há dois anos seguidos, a maioria das novas instalações foram feitas fora do OCDE e novos mercados na América Latina, África e Ásia estão impulsionando o crescimento do setor.”
A China consolidou seu papel de liderança no mercado global, instalando 18GW no ano passado e com uma capacidade ultrapassando os 62GW.
“O ano não foi fácil para a indústria de energia eólica chinesa. No entanto, o setor conseguiu sair-se bem, não só superando as dificuldades, mas tornando-se mais resiliente frente aos vários desafios. No próximo ano, o setor irá adaptar-se às novas exigências do governo bem como às exigências do mercado. Esperamos que o setor torne-se mais forte e competitivo”, comentou Li Junfeng, Secretário Geral da CREIA (Associação das Indústrias de Energia Renovável da China).
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Regras claras
Na América Latina, mais de 1,2GW foram instalados, sendo que o Brasil foi responsável por 587 megawatts (MW) e soma atualmente 1509MW de capacidade.
“O Brasil ultrapassou a marca dos 1GW em 2011 e tem encaminhados mais 7.000MW para serem instalados antes do fim de 2016. O setor eólico brasileiro está atraindo investimentos significantes, facilitados por políticas do BNDES. Porém, uma nova estrutura legal com regras claras para o futuro será necessária para garantir o ritmo de crescimento”, afirmou Pedro Perrelli, diretor executivo da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica).
O Conselho Global de Energia Eólica acredita que 2012 será ainda um ano complicado, refletindo a continuidade da crise econômica e a falta de políticas internacionais para energias limpas. “Vislumbramos a abertura de novos mercados na África, Ásia e América Latina em 2012 e esperamos ver alguns países na América Latina, além do Brasil, aproximar-se da massa crítica. Mas, sinceramente, será difícil manter o potencial de crescimento do setor sem um preço unificado do carbono e outras medidas que justifiquem os custos reais da geração convencional de energia elétrica para a sociedade”, concluiu Sawyer.
* Texto publicado originalmente no portal Insituto Carbono Brasil
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