Pela primeira vez, cinco milhões de bolivianos elegerão por voto direto mais de quatro mil autoridades departamentais, municipais e regionais, entre elas nove governadores, 337 prefeitos e 267 deputados, dos que 23 serão representantes indígenas.
A votação deste domingo (4) é um marco histórico para o país, já que acontece de acordo com as determinações da nova Constituição, vigente desde fevereiro de 2009, cujo texto estabelecer quatro tipos de autonomias: departamental, regional, municipal e indígena originária camponesa.
Pesquisas citadas pela agência de notícias espanhola Efe mostram os candidatos a governadores pelo partido do presidente Evo Morales, o MAS (Movimento Ao Socialismo), como ganhadores em La Paz, Oruro, Potosí, Cochabamba. A oposição tem votos em Santa Cruz e Beni.
O mapa elaborado pela estatal ABI (Agência Boliviana de Informação) também mostra o mesmo resultado nas pesquisas. As regiões azuis são onde o governo tem mais intenção de votos. Nos locais verdes, a oposição tem vantagem.
Nova Constituição
Com as mudanças, milhares de candidatos de 191 agremiações políticas concorrem aos cargos em disputa. Entretanto, apenas o MAS possui candidatos aos nove departamentos e aos conselhos dos 337 municípios do país. A segunda maior força é o Movimento sem Medo (MSM), que conta com candidatos próprios a quatro governos locais e 176 municípios.
Dos 267 membros que serão eleitos para as assembleias legislativas autônomas de cada um dos nove departamentos, 23 serão representantes indígenas, selecionados segundo o uso e costumes de suas respectivas comunidades. Em cada departamento, também será eleito um governador, vice-governadores para cada uma de suas províncias e assembleias departamentais, cujo número de parlamentares será proporcional aos habitantes de cada uma das localidades.
No Chaco, no departamento de Tarija, sul do país, os bolivianos também escolherão os membros de sua assembleia autonômica regional, a primeira organizada do tipo e que implica a eleição direta de autoridades, administração de recursos econômicos, faculdades legislativas, de regulamentação, fiscalização e executiva em distintos níveis.
Histórico
Esta é sexta vez que Morales e o MAS medem nas urnas o apoio que tem na Bolívia desde que ganharam a primeira eleição em dezembro de 2005 (53,7%).
Em julho de 2006, o MAS ganhou a eleição da constituinte (50,7%); em agosto de 2008, Morales venceu no referendo sobre mandatos (67,4%) e janeiro de 2009 se impôs nas urnas o projeto de uma nova Constituição (61,4%).
Em dezembro, obteve a reeleição com um apoio de 64,2%, que permite ao MAS controlar dois terços das câmaras de Senadores e Deputados da Assembleia Legislativa.
Estrutura
Ontem, o chefe da Missão de Observação Eleitoral da OEA (Organização dos Estados Americanos) na Bolívia, Arístides Royo, incorporou-se às atividades de sua equipe para supervisionar as eleições.
A missão iniciou seus trabalhos na semana passada e é composta por 50 observadores que já se encontram desdobrados nos nove departamentos do território boliviano a fim de vigiar o desenvolvimento do processo eleitoral, principalmente sua organização e as tarefas administrativas.
A votação, que ocorrerão em 4.149 colégios eleitorais, é considerada uma das mais complicadas, já que contará com 478 distintos modelos de cédulas.
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