Registrado pela primeira vez na Tanzânia em 1952, o vírus Chikungunya atravessou o oceano e se propagou com rapidez na última semana na América Latina. Cerca de 260 mil casos foram reportados desde o início do surto, em dezembro, e 22 mortes já foram confirmadas na região, segundo a Telesur.
Identificado em quase 40 países do mundo, o vírus chegou nesta semana no Paraguai, Costa Rica e México. A Venezuela apresenta 12 casos confirmados e a Guiana Francesa, 100. Contudo, os grandes afetados são as ilhas caribenhas, como República Dominicana, Guadalupe, Martinica e, principalmente, Haiti.
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Assim como a dengue, o principal mosquito transmissor é o Aedes aegypti
Desde a primeira vítima registrada do vírus em maio, há pelo menos 40 mil casos suspeitos no Haiti, segundo a Organização Panamericana de Saúde. Contudo, acredita-se que o número possa ser muito maior na ilha caribenha.
“Chikungunya tem sido incansável no Haiti. A falta de infraestrutura básica, as medidas de controle deficientes dos mosquitos transmissores e as profundas desigualdades sociais e econômicas dificultam os esforços de prevenção e tratamento”, alerta um novo relatório sobre a epidemia no Haiti, apresentado pelo Instituto Igarapé, com sede no Brasil.
Veja a reportagem de Opera Mundi com os haitianos no Glicério:
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Apesar de a Copa do Mundo ter acendido alerta a respeito dos riscos de Chikungunya se propagar, por enquanto, o Brasil só registrou casos de pessoas que viajaram para o países endêmicos. É o caso de seis soldado brasileiros do Exército que trabalhavam na Minustah (Missão das Nações Unidas para a estabilização no Haiti), foram infectados na ilha e voltaram ao Brasil no início de junho.
Entenda a doença
O vírus é transmitido por duas espécies de mosquito, o Aedes aegypti, que também transmite a dengue, e o Aedes albopictus. Semelhante aos sintomas da dengue, a doença causa febre alta, fortes dores de cabeça e intensas dores articulares e musculares, que podem permanecer por meses nos pacientes. A principal diferença com a dengue é que o Chikungunya não tem a forma hemorrágica.
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“Você sente nos seus ossos, nos dedos e nas mãos. É como se tudo estivesse se despedaçando”, relatou a dominicana Sahira Francisco, de 34 anos, à AP em San Cristobal. Devido às fortes dores nas articulações, o próprio nome da doença — Chikungunya — tem origem na língua Kimakonde, falada no Moçambique – que significa “contorcido de dor”.
Apesar de o vírus raramente ser fatal, não existem tratamentos específicos nem vacinas para combatê-lo, restringindo a medicações que apenas combatem os sintomas, para reduzir as dores e a febre.