Executivos da empresa farmacêutica Pfizer venderam milhões de dólares em ações da companhia no dia (9 de novembro) em que foram anunciados resultados positivos da vacina contra a covid-19 fabricada por ela. A venda das ações já estava há pelo menos um mês, o que abre questionamentos sobre desde quando a Pfizer sabia da possível eficácia do medicamento.
De acordo com o SEC, o órgão de regulação financeira dos EUA, funcionários de empresas que possuem ações não podem vendê-las sem um planejamento prévio feito no mínimo 30 dias antes da data prevista para a operação. O plano precisa ser aprovado pelo regulador.
Este planejamento pode envolver, por exemplo, um gatilho: o funcionário pode vender suas ações se elas atingirem um determinado preço, por exemplo.
O CEO da Pfizer, Albert Bourla, vendeu no dia 9 cerca de 60% das ações que detinha, embolsando aproximadamente US$ 5,6 milhões (quase R$ 31 milhões).
Divulgação
Executivos da Pfizer lucraram com venda de ações no dia em que companhia anunciou eficácia da vacina
O plano apresentado ao SEC por Bourla envolvia a venda das ações quando elas atingissem o preço unitário de US$ 41,94 – valor que chegou a ser ultrapassado no dia do anúncio da eficácia da vacina.
A vice-presidente da companhia, Sally Susman, foi outra que vendeu suas ações neste dia, ganhando cerca de US$ 1,8 milhão (cerca de R$ 10 milhões)
Segundo a agência AFP, a Pfizer preferiu não se pronunciar sobre as vendas. Porém, de acordo com a CNN, um porta-voz da companhia afirmou que Bourla detém “uma quantidade substancial de ações” que têm autorização de venda a partir de determinado valor.
No último dia 9, a companhia anunciou que a vacina que desenvolve junto com o laboratório alemão BioNTech alcançou 90% de eficácia nos primeiros resultados de fase três de desenvolvimento. Em consequência, as ações da companhia dispararam em todo o mundo.