A alta comissária para os Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, disse nesta terça-feira (30/06) que a postura negacionista do governo brasileiro frente ao coronavírus pode intensificar a gravidade da pandemia.
“Em Belarus, Brasil, Burundi, Nicarágua, Tanzânia e nos EUA, eu estou preocupada que declarações que negam a realidade do contágio viral, e a crescente polarização sobre questões-chave, possam intensificar a gravidade da pandemia, minando os esforços para conter sua propagação e fortalecer os sistemas de saúde”, disse a ex-presidente do Chile.
Desde o início da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro e membros de seu governo vêm tentando minimizar os riscos da expansão da covid-19 que já matou mais de 57 mil pessoas e deixou 1,3 milhão de infectados no país.
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Bachelet ainda alertou para a vulnerabilidade dos povos indígenas, afirmando que “o acesso inadequado aos serviços de saúde e a outras instalações agrava seu risco de pandemia, enquanto a ausência de dados desagregados dificulta a adoção de medidas sob medida para atender às suas necessidades”.
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Alta comissária para os Direitos Humanos da ONU disse que negar realidade pode minar esforços para combater covid-19
Segundo a alta comissária da ONU, a pandemia exige “urgentemente uma liderança fundamentada em clareza, evidências e princípios para proteger os membros mais vulneráveis da sociedade, e para enfrentar as profundas desigualdades que estão acelerando a incidência e o impacto da pandemia”.
“Toda falra de cooperação internacional e todo esforço que priorize os lucros privados ou ganhos políticos em detrimento da saúde pública irá desencadear novos ciclos de contágio e atrasar a recuperação econômica”, disse.