As primeiras pesquisas de boca de urna, divulgadas logo após o fim da votação no Equador neste domingo (11/04), apontam para um empate técnico entre candidato de esquerda à Presidência pela coalizão progressista União Pela Esperança (Unes), Andrés Arauz, e o banqueiro Guillermo Lasso, do partido de direita Movimento CREO.
Segundo o instituto Clima Social, os dois candidatos estão empatados, e a imprensa do país não divulgou os números da pesquisa – de acordo com a lei do país, se a diferença for muito pequena, os totais não podem ser disponibilizados. No entanto, em discurso logo após o fechamento das urnas, Arauz afirmou que a pesquisadora apontou que o correísta venceria com 50,8% dos votos, contra 49,2% de Lasso – diferença de 1,6 ponto percentual.
Já segundo o instituto Cedatos, Lasso venceria a eleição com 53,24% dos votos, contra 46,76% de Arauz (uma diferença de 6,48 pontos percentuais). Segundo o instituto, a margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.
Em 2017, a Cedatos também deu a vitória de Lasso, com 53,02% dos votos, contra 46,98% do então candidato e hoje presidente Lenín Moreno. Moreno venceu a eleição com 51,16% dos sufrágios, contra 48,84% do banqueiro.
Mais cedo, no entanto, o ex-presidente Rafael Correa – que apoia Arauz – havia pedido “alerta máximo” por conta da pesquisa da Cedatos. “Estão preparando uma boca de urna fraudulenta da Cedatos para declarar Lasso ganhador, e o governo está pedindo aos meios que anunciem isso. Na realidade, Lasso perde com cerca de 300.000 votos. Se contam os votos bem, isso será claro”, afirmou.
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Todos nuestros compañeros alerta máxima. Están preparando fraudulento exit poll de CEDATOS para declarar a Lasso ganador, y Gobierno está llamando a medios para que anuncien eso
En realidad, Lasso pierde con cerca de 300.000 votos
Si se cuentan bien los votos, será claro— Rafael Correa (@MashiRafael) April 11, 2021
Como foi a votação no Equador
A votação no Equador, que vai definir o próximo presidente do país, ocorreu com tranquilidade. As urnas foram fechadas às 17h locais (19h em Brasília) e a apuração, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país, começou na sequência.
No primeiro turno, após uma apuração lenta (levou duas semanas) e tensa, Arauz obteve 32,72% dos votos, se confirmando como vencedor; Lasso, por sua vez, obteve 19,74%.
Reprodução
Arauz (esq.) e Lasso (dir.) disputam segundo turno no Equador
A disputa pela segunda vaga foi acirrada, já que Yaku Pérez, do partido indígena Pachakutik, recebeu 19,38% dos votos. Pérez chegou a liderar a disputa pela segunda vaga em momentos da apuração, mas perdeu a vantagem para Lasso na última semana. Com a pequena vantagem de Lasso, mesmo sem apresentar provas, Pérez afirmou que houve fraude nas eleições e pediu diversas recontagens de votos ao CNE.
Dessa vez, segundo Diana Adamant, presidente do CNE, não haverá contagem rápida – quando somente as atas com os números são avaliadas, a fim de dar uma previsão do que deverá ser o resultado final antes da apuração voto a voto.
Pesquisas de opinião indicavam liderança do candidato da Unes com até 37% das intenções de votos, enquanto o nome do CREO acumulava de 27% a 30%.
Ao votar, Arauz, candidato apoiado pelo ex-presidente Rafael Correa, pediu união nacional. “Fazemos uma convocatória a essa unidade. Já basta de brigas, já basta de broncas; basta de cotoveladas como forma de fazer política. Os equatorianos queremos que haja um governo de unidade, que respeite a todos e não só a uns poucos; queremos um governo que atenda às maiorias, que dê soluções aos problemas; nós estamos aqui”, disse, em Quito.
Lasso, por sua vez, disse que aguardará os resultados com “calma e tranquilidade”. “Esperaremos com calma e tranquilidade em casa e, claro, respeitaremos os resultados do povo equatoriano que nos dará uma importante vitória nesta jornada”, afirmou, após votar em Guayaquil.