Favorito no primeiro turno das eleições presidenciais do Equador, com 32,2% dos votos, e apoiado pelo ex-presidente Rafael Correa (2007-2017), Andrés Arauz, candidato à presidência pela coalizão de esquerda União pela Esperança (Unes), encerrou sua campanha eleitoral nesta quinta-feira (08/04) em Quito, somando apoios indígenas e de movimentos sociais.
À frente da disputa pelo pleito, Arauz lidera todas as pesquisas com 34% a 37% das intenções de voto, enquanto seu oponente, o banqueiro Guillermo Lasso, da aliança CREO, acumula de 27% a 30%.
Na última semana de campanha, o correísta contou com o apoio de organizações sociais, populares e indígenas. Arauz recebeu apoio do presidente da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), Jaime Vargas, do Conselho de Povos e Organizações Indígenas Evangélicas (Feine) e de 65 organizações que compõem o coletivo “Frente ao Ambiente”.
“Reconhecemos a oportunidade histórica de trabalhar em unidade por um Equador plurinacional, intercultural, sem violência nem discriminação”, declarou.
Apesar de o presidente da Conaie ter declarado apoio a Arauz, a decisão foi unilateral. A confederação, por sua vez, aderiu ao voto nulo, bem como o partido Pachakutik e seu candidato Yakú Pérez.
No começo do mês, Arauz anunciou o apoio da Frente Nacional Independente e da Federação Indígena Napo, que faz parte do partido Pachakutik, do ex-candidato Yaku Pérez. Ele ainda afirmou que sua campanha está comprometida em trabalhar de forma coletiva com os grupos representados no apoio. “Existem muito mais causas que nos unem do que aquelas que nos separam”, endossou.
Em Santo Domingo, Arauz anunciou o apoio da categoria de trabalhadores de transportes organizados: taxistas, transportadores de veículos pesados, leves, urbanos, turísticos e escolares. Também recebeu o apoio do Sindicato de motoristas privados.
A Federação Nacional de Cooperativas de Pescadores declarou: “Com alegria e otimismo, pescadores de Arenales, Los Ranchos e Las Gilces de Manabí, navegam ao lado Andrés Arauz na caravana da esperança. Resta muito pouco para recuperar o futuro e a dignidade que nos foi roubada”.
Con alegría y optimismo, pescadores de Arenales, Los Ranchos y Las Gilces de #Manabí, navegaron junto a @ecuarauz en la caravana de la esperanza.
Falta muy poco para recuperar el futuro y la dignidad que nos robaron. #PescadoresConAndrés #Todo1 @rabascallcarlos @MashiRafael pic.twitter.com/i9syG1wxTa— FENACOPEC (@LaFENACOPEC) April 8, 2021
Ecuarauz/Twitter
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A Federação Nacional de Estudantes Universitários lembrou que a educação foi duramente golpeada pela pandemia do novo coronavírus e que, por isso, decidiu pelo Arauz: “pelo investimento em Educação Superior com qualidade, igualdade, inclusão e gratuito”.
La educación ha sido duramente golpeada por la pandemia, #LosEstudiantesNosDecidimosPorAndrés porque entiende de inversión en Educación Superior con calidad, igualdad, inclusión y GRATUITA. ?? @ecuarauz pic.twitter.com/qYzHzsKStO https://t.co/XZwMXJXlHJ
— FEUE NACIONAL ?? (@FEUENACIONALEC) April 5, 2021
Mas não foram apenas os movimentos sociais que indicaram voto ao candidato. Isidro Romero, empresário, político e ex-presidente do clube de futebol Barcelona do Equador, também declarou apoio ao candidato e o colocou em diálogo com empresários e produtores do setor agropecuário.
O Comitê de Empresa Única de Trabalhadores de Serviços do Ministério do Equador, Rede de Institutos Técnicos e Tecnológicos Superiores do Equador, Central Sindical do Parlamento Laboral Equatoriano, Comunidade universitária da UNAE, Câmara da Indústria de Construção estão entre os grupos apoiadores da chapa. “Teremos o melhor controle eleitoral da história para que os resultados reflitam a vitória popular”, declarou o candidato.
¡Buenos días ??! Quiero contarles que para el Frente Nacional Independiente, la Federación de Indígenas de Napo; los estudiantes y los rectores de la ASESEC, Federaciones de Transportistas; Isidro Romero y el sector productivo, Jaime Vargas y la CONFENIAE, está #PrimeroElEcuador
— Andrés Arauz (@ecuarauz) April 4, 2021
Guillermo Lasso
O banqueiro Guillermo Lasso é apoiado defende uma política de privatizações e liberação monetária.
As diferenças em seu programa de governo e de seu oponente são muitas, como nos subsídios para o combustível, que geraram manifestações e greves em todos o país e levou ao decreto de Estado de Sítio em outubro de 2019.
De acordo com o jornal equatoriano El Telégrafo, Lasso, que ocupa o segundo lugar na disputa, soma o apoio de sete ex-candidatos à Presidência que disputaram o primeiro turno.
O primeiro a anunciá-lo foi César Montúfar, da aliança Honestidad, que declarou apoio no início de março. Em seguida, o ex-presidente do Partido da Sociedade Patriótica, Lucio Gutiérrez. Por sua vez, Xavier Hervas, da Esquerda Democrática, se colocou favorável a Lasso, embora o Partido preferisse o voto nulo. Além deles, o banqueiro também recebeu apoio do ex-candidato do movimento Amigo, Pedro Freile; o de Gustavo Larrea, do Democracia Sí; e Guillermo Celi.
Por fim, Paul Carrasco, do movimento Podemos, indicou que iráa apoiar o candidato da aliança CREO. Ele fez isso em um vídeo postado em suas redes sociais. Ximena Peña, da Alianza PAIS, decidiu não apoiar nenhum candidato.