A União Europeia de Futebol (Uefa) admitiu nesta quinta-feira (26/10) que estuda a abertura de um processo disciplinar contra o clube escocês Celtic Glasgow, devido ao ato promovido pela sua maior torcida organizada, a Green Brigade (“Brigada Verde”) em favor do povo palestino, durante uma partida da Liga dos Campeões.
O episódio aconteceu nesta quarta-feira (25/10), no encontro entre o Celtic Glasgow e o Atlético de Madrid, pela terceira rodada da fase de grupos, que terminou com um empate por 2×2.
Antes e durante o jogo, a Green Brigade realizou um mosaico com milhares de bandeiras palestinas erguidas, especialmente na chamada Curva Norte, setor que costuma ocupar no estádio Parkhead, a casa do Celtic.
?? “Povo da Palestina, vocês nunca caminharão sozinhos”
Torcida do Celtic de Glasgow durante o jogo de hoje contra o Atlético de Madrid. pic.twitter.com/NhXoRdTFqB
— Hedflow (@Hedflow) October 25, 2023
A torcida também entoou gritos de “free Gaza” (“Gaza livre”), “stop de bombs” (“parem os bombardeios”), além de dedicar ao povo palestino a canção You’ll Never Walk Alone (“você nunca caminhará sozinho”), cantada tradicionalmente no início das partidas do clube.
Antes mesmo da partida, a Uefa já havia alertado o clube escocês sobre uma possível punição com multa e até perda de pontos caso decidisse realizar o ato, devido ao histórico da sua torcida em apoiar a causa palestina.
Green Brigade
Torcida do Celtic não se intimidou com ameaça da Uefa e realizou ato em apoio à Palestina durante jogo da Liga dos Campeões
Punição em 2016
Caso a punição seja confirmada, será a segunda vez que o Celtic Glasgow será punido por fazer um ato em apoio aos palestinos.
Em 2016, o clube também participou da Liga dos Campeões e enfrentou a equipe israelense do Hapoel Be’er Sheva, a qual venceu pelo placar de 5×2.
Na ocasião, a Green Brigade também exibiu bandeiras da Palestina e entoou cantos defendendo a criação do Estado palestino. A Uefa considerou o ato como uma provocação e impôs uma multa de nove mil libras.
Depois da punição, a Green Brigade reagiu lançando uma campanha de financiamento coletivo com a qual arrecadou mais de 130 mil libras. As mais de 120 mil libras restantes após o pagamento da multa foram usados para comprar alimentos e suprimentos médicos, que foram enviados à Faixa de Gaza.