Em coletiva realizada nesta quarta-feira (07/02), o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu disse que o Estado de Israel rejeita a proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza apresentada recentmente pelo Hamas.
O movimento de resistência palestino apresentou um plano de três etapas para se alcançar uma trégua prolongada na região, que consistiria na libertação gradual dos prisioneiros de ambos os lados, tanto israelenses mantidos pelo Hamas quanto palestinos que cumprem pena em prisões de Israel.
Em seu pronunciamento, Netanyahu recordou o ataque surpresa realizado pelo movimento palestino em outubro passado, e argumentou que cumprir as exigências do Hamas “levaria a outro massacre”.
O premiê israelense também estimou que a vitória militar sobre o Hamas seria, segundo sua previsão, “uma questão de meses”.
Em outro momento da coletiva, Netanyahu dirigiu-se às famílias dos reféns israelenses e disse que “seus entes queridos estão sempre nos meus pensamentos”.
O governo de Israel já havia manifestado anteriormente que não retiraria as suas tropas de Gaza nem acabaria com a guerra até uma “vitória total” contra o Hamas.
A resposta do Hamas
Conforme apurado por Opera Mundi em entrevistas com membros da alta cúpula política do movimento, o Hamas tinha adotado uma nova abordagem mais diplomática à sua exigência de longa data de acabar com a guerra.
Sam Sokol/GPO
Netanyahu afirmou que Israel rejeita cessar-fogo e trabalha por uma ‘vitória total’ no conflito com o Hamas
Um dos membros do alto escalão do grupo, Sami Abu Zuhri, disse que discurso de Netanyahu foi “mais uma de suas bravatas políticas”.
Osama Hamdan, representante sênior do Hamas, declarou após a coletiva do premiê israelense, que seu movimento está “pronto para todas as opções”, e fez um apelo para que todas as células da resistência mantenham o confronto contra Israel.
O movimento palestino teria enviado uma delegação ao Cairo, para participar de mais uma rodada de negociações, nesta quinta-feira (08/02), com autoridades diplomáticas do Egito e do Catar, dois países que atuam como mediadores no conflito.
Ofensiva em Rafah
O premiê de Israel também anunciou, durante a coletiva, que ordenou o exército israelense a preparar uma ofensiva contra Rafah, região que ele classificou como “último reduto do Hamas”.
Rafah é uma cidade que faz fronteira com o Egito, no sul da Faixa de Gaza, onde vivem mais de 1,3 milhão de pessoas que fugiram dos combates que assolam o território palestino desde outubro.
Autoridades de saúde palestinas dizem que um ataque aéreo israelense matou três pessoas em Rafah nesta quarta-feira.