Durante a conversa entre os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da França, Emmanuel Macron, nesta sexta-feira (18/03), o chefe do Kremlin voltou a acusar as “tropas ucranianas e os nacionalistas” de cometerem “crimes de guerra” no conflito na Ucrânia, segundo informou a Tass.
Apesar da negativa de Putin, Kiev acusa os russos de fazerem as ações até por conta da baixa capacidade militar ucraniana nos céus do país.
As autoridades francesas confirmaram a informação divulgada pela agência estatal russa e informou em nota que o presidente russo “rejeitou novamente sua responsabilidade na guerra da Ucrânia”.
O governo francês ressaltou que Macron usou boa parte do tempo de conversa para focar sobre a situação em Mariupol, cidade estratégica no Mar de Azov e que está sitiada por tropas russas e por milícias de Donetsk há mais de duas semanas.
Estima-se que há cerca de 300 mil civis ainda presos na localidade.
Segundo a nota oficial, Macron “pediu medidas concretas e verificáveis pelo fim do assédio a Mariupol, pelo respeito aos acessos humanitários e por um cessar-fogo imediato”. Desde o dia 14 de março, os russos concordaram em abrir corredores humanitários para a cidade, mas a situação ainda é muito complexa, com tiroteios e ataques aéreos constantes.
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Telefonema entre os dois líderes tratou da ofensiva russa contra a Ucrânia
O presidente constantemente acusa o governo de Kiev e o Ocidente de provocarem a guerra. Nesta sexta, o líder russo participou de um evento que celebrou os oito anos da anexação da Crimeia à Rússia e citou passagens bíblicas para justificar a guerra.
Putin: Concretizaremos todos os planos
Em evento na capital russa, Moscou, o presidente Putin afirmou que todos os “planos planejados” pelo Kremlin na operação no país vizinho serão concretizados.
Segundo Putin, a população de Donbass sofreu genocídio e a Rússia visa libertar as pessoas da região. “Nós sabemos o que fazer em seguida, como e por quais meios. E nós certamente concretizaremos todos os planos planejados”, afirmou o chefe de Estado russo.
O mandatário enfatizou o heroísmo dos soldados russos durante a operação na Ucrânia, afirmando que os militares apoiam um ao outro, chegando, às vezes, a “proteger com seu próprio corpo [uns aos outros] das balas em campo de batalha como se fosse um irmão”, sublinhou.
Os eventos desta sexta foram organizados para comemorar os os oito anos da reintegração da Crimeia à Federação da Rússia. A região voltou a fazer parte do país em 2014, através de referendo em que votaram os residentes da península que antes pertencia à Ucrânia.
Ao discursar no concerto em homenagem a esta data, o presidente russo ressaltou que a Rússia fez muito para desenvolver a Crimeia e Sevastopol, tendo sido necessário tirá-las “do estado lamentável” de quando faziam parte da Ucrânia.
(*) Com Ansa e Sputnik.