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Karl Friedrich Philipp von Martius, médico, naturalista, botânico, antropólogo e um dos mais importantes investigadores alemães que estudou a região do Amazonas, morre em Munique em 14 de dezembro de 1868.
Von Martius passou dez meses de sua vida na região norte do Brasil, tempo suficiente para marcar os 40 anos posteriores a sua estada, tão intensa foi sua ligação com a Amazônia.
Obtém o título de doutor em medicina na Universidade de Erlangen em 1814. Sua tese era o catálogo crítico das plantas do jardim botânico da universidade. Dedica-se, a partir de então, inteiramente à botânica.
Em 1817 parte na companhia de Johann von Spix ao Brasil. Exploram a bacia do Amazonas durante cerca de três anos. Em seu retorno à Europa em 1820, torna-se conservador do jardim botânico de Munique e, em 1826 torna-se professor de botânica. Conserva esses dois postos até 1864.
Dedica-se principalmente à flora do Brasil. Publica em especial Nova Genera et Species Plantarum Brasiliensium (1823-1832, 3 volumes) e Icones selectae Plantarum Cryptogamicarum Brashiensium (1827). Traz à luz também o relato de sua viagem em três tomos de 1823 a 1831, acompanhados de um volume de pranchas.
Sua obra mais célebre é sem dúvida Historia Palmarum (1823-1850) em três grandes volumes, em que descreve as palmeiras que descobriu no Brasil. Em 1840, em colaboração com outros botânicos europeus, começou sua Flora Brasiliensis, que na verdade é uma compilação de monografias. Após a morte de Spix em 1826, publica trabalhos sobre zoologia de seu colega.
Publica em 1842 observações sobre a epidemia de míldio, designação comum a diversos fungos, que destruiu a cultura de batata na Europa. Publica igualmente alguns artigos sobre os ameríndios do Brasil, em especial os tupis.
Seus estudos sobre botânica se converteram em um grande legado até os nossos días. É impossível não consultar seus trabalhos hoje em dia para investigações sobre metodología histórica referente ao século XIX, ou mesmo sobre etnografía, folclore brasileiro ou estudos das línguas indígenas.
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Chegou ao Brasil como parte da comitiva da Grã Duquesa austríaca Leopoldina, que viajava ao Brasil para se casar com Dom Pedro I. Nessa mesma expedição viajou o cientista Johann von Spix que, juntamente com Martius, recebera da Academia de Ciências da Baviera a missão de investigar as províncias mais importantes do Brasil no que tange à botánica, zoología e mineralogía.
A monografia de von Martius “Como se deve escrever a história do Brasil” aparece embebida da preocupação de levar em conta a ideia de um pasado comum a todos os brasileiros, que tem início com o surgimento político do Brasil independente.
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Trajeto de Von Martius e Von Spix entre 1817 e 1820
Desde o período colonial, é possível encontrar escritos que foram chamados de histórias do Brasil, tais como relatos de administradores, missionários e viajantes que registraram fatos e observações sobre a vida e os costumes dos habitantes do Brasil entre os séculos XVI e XVIII.
No começo da década de 1840 se acentuam as questões relativas à formulação de uma história pátria. No momento em que a elite dirigente buscava consolidar o Estado imperial, todas as questões relativas à história do Brasil seriam cruciais para traçar a forma de como contá-la e a forma como os brasileiros se veriam a si mesmos.
Para buscar as respostas a essas inúmeras questões, o secretário do “Instituto Histórico Januário da Cunha Barbosa” propôs um prêmio para quem respondesse sobre qual era o melhor sistema para escrever a história do Brasil. O ganhador do concurso foi von Martius, que estava em contato com a matriz da disciplina histórica na Europa, particularmente com a Alemanha.
Ele propôs uma história do Brasil que fosse ao mesmo tempo “filosófica” e “pragmática”, tendo por base a formação de seu povo, incluindo nesta formação a “mescla de raças”.
Também nessa data:
1812 – Expulsão de última armada coloca fim à invasão francesa na Rússia
1911 – Roald Amundsen é o primeiro a chegar ao Pólo Sul
1939 – União Soviética é expulsa da Liga das Nações
1960 – Estoura em Adis Abeba revolta contra Hailé Selassié, em visita ao Brasil
1962 – Nave espacial Mariner II transmite dados sobre Vênus
1967 – Ocorre a primeira replicação de um DNA em laboratório