Um objeto celeste explodiu no ar a oito quilômetros de altitude sobre o sul da região de Tunguska na Sibéria Central. A onda de choque, comparável a mil bombas de Hiroshima, assolou dois mil metros quadrados de taiga – floresta de coníferas. Nos dias precedentes o céu noturno tornou-se cada vez mais claro e na noite de 30 de junho de 1908 gigantescos clarões apareceram.
Esta poderosa explosão natural resultou em tremores que puderam ser sentidos a centenas de quilômetros de distância.
A explosão de Tunguska foi o maior impacto que a Terra sofreu em toda a história. Ainda que o epicentro estivesse despovoado, pessoas em centenas de lugares da Ásia e da Europa testemunharam o ocorrido.
Os relatos eram impressionantes: fortes ondas de calor, ventanias intensas, estrondos pavorosos e tremores de terra e muitos viram uma bola de fogo e sua cauda esfumaçada se precipitando no horizonte.
O céu noturno ficou incandescente por semanas, tal a quantidade de poeira jogada na estratosfera com a explosão. Em Londres, a mais de 10 mil quilômetros, era possível ler um jornal à noite, somente com essa luz.
Do outro lado do oceano, o observatório norte-americano Smithsonian registrou uma diminuição na transparência atmosférica que durou meses.
A primeira expedição a examinar a região partiu somente em 1921. O geólogo soviético Leonid Kulik não conseguiu chegar ao local exato e deduziu que o evento foi devido à queda de um meteorito.
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Expedições na região de Tunguska confirmaram que explosão não se tratava de um meteorito
Essa hipótese acabou persuadindo Moscou a financiar outra expedição em 1927, atraído pela possibilidade de encontrar um meteorito ferroso. Mas nenhuma cratera foi encontrada; muito menos um meteorito. Outras expedições confirmaram a inexistência.
Explosão de Tunguska foi o choque de um cometa?
Afastada a suposição de um meteorito, mas levando em conta os relatos da bola de fogo, surgiu uma hipótese ainda mais espetacular: em 1908, um pedaço de cometa teria se chocado contra a Terra.
Um cometa é formado principalmente por gelo. Ao se chocar com a atmosfera terrestre um fragmento de cometa não muito grande se volatilizaria antes de tocar o solo, e assim mesmo seria capaz de produzir uma bola de fogo radiante e uma poderosa onda de choque e calor, que arrasaria a superfície sem deixar uma cratera de impacto.
Os únicos vestígios no solo seriam micro diamantes e pequenas esferas de vidro (sílica), com alta concentração de irídio e níquel, o que comprovaria a origem extraterrestre. Expedições enviadas a Tunguska a partir de 1950 encontraram precisamente esses indícios. Contudo, simulações sugeriram que um pequeno asteroide teria o mesmo efeito.