Em 30 de dezembro de 1922, era erguida, oficialmente, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. O país mudaria o curso da história sob o comando de Lênin e Stalin, com o exemplo de uma experiência socialista que, durante algumas décadas, foi uma das grandes potências do mundo.
O nascimento da União Soviética foi o resultado de cinco anos de uma sangrenta Guerra Civil, travada principalmente entre o Exército Vermelho, como eram chamadas as forças bolcheviques, e o Movimento Branco, composto por simpatizantes do czarismo, antigos membros das tropas do czar, e republicanos liberais.
A vitória definitiva dos bolcheviques acontece somente em 1922 e inicia a consolidação do regime socialista soviético. Faltando apenas dois dias para a virada do ano, mais de dois mil delegados, reunidos no teatro Bolshoi, edifício histórico da cidade de Moscou, aprovaram o criação do novo país a ser governado por um regime unipartidário, sob os escombros do Império Russo, que havia durado 196 anos.
O líder que impulsionou a vitória bolchevique e a criação da União Soviética foi Lênin, que também foi seu primeiro governante, entre 1922 e 1924.
Inicialmente, a União Soviética era composta por 15 diferentes nações, após a tomadas de poder das mesmas pelos bolcheviques: Rússia, Ucrânia, Belarus, Estônia, Letônia, Lituânia, Armênia, Geórgia, Moldávia, Azerbaijão, Cazaquistão, Tadjiquistão, Quirguistão, Turcomenistão, Uzbequistão.
Exposição: A União Soviética através da câmera
Primeiro Estado proletário da História, a União Soviética conquistou corações por meio do socialismo científico marxista
Feitos da União Soviética
Em 1917, no entanto, as chances de que um país do círculo polar ártico se tornasse uma grande potência não pareciam muito grandes, mas depois das revoluções de 1917, da queda do czar Nicolau II, e de todos os processos que desembocara finalmente na criação da União Soviética, surgiu um país de proporções continentais, que parecia ser capaz de grandes façanhas.
A União Soviética viveu altos e baixos durante os seus 69 anos de história, mas os momentos altos foram não só tocando as fronteiras do céu, como indo, literalmente, além dele.
No entanto, o primeiro grande feito da nação socialista foi a conquista de Berlim durante a Segunda Guerra Mundial, que representou a derrota definitiva da Alemanha nazista naquele conflito.
Embora países como Estados Unidos e Reino Unido se empenhem em omitir a participação do Exército Vermelho em suas narrativas sobre a Segunda Guerra, a verdade é que foi a tomada da capital alemã pelos soviéticos, em maio de 1945, que decretou o fim do regime nazista.
Aquela vitória elevou a União Soviética ao status de grande potência do mundo, e estava claro que os Estados Unidos era o seu grande rival pela hegemonia planetária.
Começava assim a Guerra Fria, período no qual os dois países ganharam o apelido de “superpotências”, e passaram a rivalizar em todos os campos: econômico, diplomático, científico e esportivo.
Inicialmente, a disputa científica foi a que atraiu mais holofotes, devido à Corrida Espacial, uma disputa em que ambos tentavam realizar primeiro grandes façanhas na conquista do espaço.
Nessa disputa, a União Soviética teve várias vitórias: lançaram o primeiro satélite ao espaço [Sputnik, em outubro de 1957], o primeiro ser vivo [a cadela Laika, em novembro de 1957] e o primeiro ser humano [Yuri Gagarin, em abril de 1961].
No entanto, os Estados Unidos teriam mais sucesso em publicitar seu único grande feito, a chegada à lua, em junho de 1969.
A União Soviética também acumularia inúmeras vitórias no âmbito desportivo, tornando-se o segundo maior colecionador de medalhas olímpicas de todos os tempos, com 395 medalhas de ouro, 319 de prata e 296 de bronze. Além disso, o país sediou os Jogos Olímpicos de 1980, que aconteceram em Moscou, capital do país.
O país seria desmantelado 11 anos depois, em 25 de dezembro de 1991.