O intelectual e sociólogo cubano Juan Valdés Paz, vencedor do Prêmio Nacional de Ciências Sociais e Humanísticas em 2021, morreu em Havana, capital de Cuba, aos 83 anos, na última terça-feira (26/10).
Valdés, que também era professor e pesquisador, se consagrou como “um dos pensadores mais proeminentes da Cuba contemporânea”, tendo contribuído com a produção de conceitos dos processos políticos, econômicos e sociais da conjuntura cubana. Sua pesquisa aborda temas como sociologia rural, relações internacionais, América Latina e diversos aspectos da revolução.
Paz refletiu ainda sobre a articulação entre as políticas públicas e a participação democrática do cidadão na sociedade, entre a vanguarda política e a sociedade civil socialista e, em outras palavras, um Estado forte e uma socialização crescente.
Para o pensador, “os cientistas sociais devem saber que o desenvolvimento do país é o horizonte das ciências sociais, mas o contrário também é verdadeiro: o desenvolvimento das ciências sociais tem que ser o horizonte do país”.
Graduado em Sociologia, ele foi professor da Universidade de Havana e do Instituto Superior de Relações Internacionais Raúl Roa García. Já como pesquisador, atuou no Centro de Estudos da América (CEA) e no Instituto de História de Cuba.
Miguel Díaz-Canel/Twitter
Juan Valdés Paz foi premiado por sua obra sobre o desenvolvimento da revolução socialista em Cuba
Sua trajetória acadêmica se concretizou na publicação de livros, artigos e ensaios, não só em Cuba, mas também no México, Costa Rica, Porto Rico, Argentina, Brasil, Peru, Estados Unidos e Espanha.
Entre suas obras estão A transição socialista em Cuba (1993), Processos agrários em Cuba, 1959-1995 (1997), Os processos de organização agrária em Cuba 1959-2006 (2009), O espaço e o limite: estudos sobre o sistema político cubano (2009), e A evolução do poder na revolução cubana (2018).
O presidente cubano Miguel Diaz-Canél lamentou, no Twitter, a morte do “destacado intelectual cubano Juan Valdés Paz, Prêmio Nacional de Ciências Sociais e Humanísticas pela obra de sua vida”. O mandatário ainda o descreveu como “um dos pensadores mais lúcidos de Cuba”.